Confusão, perplexidade, angústia? Quando as coisas se põem assim, é chegada a hora de uma palavra que é o contrário da confusão e da angústia:

Confiança! Confiança em Nossa Senhora!

 

17.08.2017 -

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Quem nunca se sentiu embaraçado, nervoso, quer em face de si mesmo, quer diante dos outros ou dos acontecimentos, muitos dos quais são propícios a induzir ao desânimo?

É o caso de dizer que, quem não sentiu nada disso, só transitou pela vida, não viveu; passou pela existência em branca nuvem.

“Como não gostamos de confusão — disse (o professor) Plinio Corrêa de Oliveira —, por isso ela nos causa perplexidade, nos atormenta, nos angustia. Queremos uma certeza, um rumo, um desfecho, e a confusão cria condições onde certezas, rumo e desfecho não aparecem. Daí nossa perplexidade e angústia”.

Quando as coisas se põem assim, é chegada a hora de uma palavra que é o contrário da confusão e da angústia: Confiança! Confiança em Nossa Senhora!

Há uma forma de tentação que é o chamado “demônio do meio-dia”. O homem está no meio-dia de sua vida, está no pináculo de sua existência, naquela hora em que vai caminhando para o seu declínio, em que a tarde começa e ele faz um retrospecto do que foi toda a sua manhã, para perguntar o que fez, o que colheu.

Preocupação que não se põe de modo tão aflitivo — é certo — aos 20 anos, como aos 30 nem aos 40. E que parece chegar ao seu zênite entre os 40 e os 60 anos. É a era em que o homem procura consolidar-se, em que, se não é um idealista, se torna venal.

Nessa hora devemos saber ouvir uma voz interior que muitas vezes nos terá cicatrizado as feridas. É como se uma palavra interna nos dissesse:“Confiança, os ventos e o mar obedecem a Ele” (Lc 8, 25). E assim se aplacam logo nessa alma várias angústias e perplexidades. Tem-se a impressão de estar acordando de um pesadelo.

Lembremo-nos do que diz esta oração de São Bernardo:

“Doce Virgem Maria, eu creio tão firmemente que do alto do Céu Vós velais dia e noite sobre mim e sobre aqueles que esperam em Vós, estou tão intimamente convencido de que jamais pode faltar nada quando se espera tudo de Vós, que resolvi viver daqui para o futuro sem nenhuma apreensão, e descarregar inteiramente sobre Vós todas as minhas inquietações.

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Doce Virgem Maria, Vós me estabelecestes na mais inabalável confiança. Oh, mil vezes obrigado por uma graça tão preciosa. Eu ficarei daqui por diante em paz sob o vosso Coração tão puro. Não pensarei mais senão em Vos amar, em Vos obedecer, enquanto Vós, minha boa Mãe, gerireis meus mais caros interesses”.

Vem a propósito lembrar que se a pessoa perde a confiança em Deus depois do pecado, comete outro pecado ainda pior.

“Se, pelo contrário — comenta o Dr. Plinio —, nós continuarmos a confiar em Nossa Senhora, Ela pelo menos receberá de nós essa forma de glória, que é a do pecador que confia n’Ela. É uma forma de glória. O pecado é um atentado à sua glória. Mas o pecador que continua a confiar n’Ela, dá-lhe uma forma de glória que nenhum justo pode dar, e que é exatamente a glória da confiança daquele que ofendeu.

“Então, ter essa confiança, esperar contra toda esperança, mesmo dentro das dificuldades e da buraqueira da nossa vida espiritual é uma coisa que São Bernardo recomenda intensamente. E que lembra aquela palavra de São Francisco Xavier, de que o pior do pecado — ainda que o pecado seja um horror — não é tanto o pecado, mas é o fato de que a pessoa depois perder a confiança em Deus. Aí é que vem o pior pecado”.

Porque enquanto se confia, o caminho está aberto, tudo é possível. Força, ênfase, resolução!

Fonte: www.abim.inf.br