Pesquisa confirma presença de coronavírus no esgoto de Porto Alegre

 

27.06.2020 -

Para avaliar a ocorrência e a distribuição do novo coronavírus no esgoto de Porto Alegre e da Região Metropolitana, pesquisadores estão monitorando a ocorrência e a quantificação do Covid-19 em águas brutas e residuais no Rio Grande do Sul.

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Os primeiros resultados do estudo apontaram a presença do vírus nas amostras de esgoto bruto na Estação de Bombeamento de Esgoto (EBE) Baronesa do Gravataí, em Porto Alegre. Na Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) São João/Navegantes, que corresponde à segunda unidade de esgotos da Capital em capacidade de tratamento, também foram encontradas amostras positivas nos pontos de monitoramento. As duas estações atendem a uma população de 700 mil pessoas.

Pioneiro no Estado, o projeto é desenvolvido desde maio em parceria entre a Universidade Feevale e o Centro Estadual de Vigilância em Saúde (CEVS). Professora do mestrado em Virologia da Feevale e coordenadora do projeto, Caroline Rigotto explicou que o objetivo é intensificar a vigilância epidemiológica do coronavírus em efluentes e mananciais e fornecer elementos que contribuam para o plano de contingência elaborado pelo governo do Rio Grande do Sul. 

Ela afirmou que o vírus está presente no esgoto, uma vez que as pessoas - com ou sem sintomas - eliminam nas fezes. "Estamos fazendo rastreamento no esgoto e a estimativa com modelos matemáticos. Isso reflete quantas pessoas podem estar contaminadas", alertou. Foram analisadas 29 amostras coletadas em 10 pontos distribuídos em duas Estações de Tratamento de Esgoto (ETE), duas Estações de Bombeamento de Esgoto (EBE), um manancial e quatro hospitais. 

Caroline destacou que a ideia do estudo é servir como ferramenta para medidas de distanciamento controlado já que a população não vai ser testada em massa. Segundo a pesquisadora, das 29 amostras, cinco apresentaram resultados positivos (17%). "Estudo é importante porque mostra coisas que não conhecíamos ainda, que ele está presente no esgoto. Isso corrobora com coisas que têm sido encontradas no mundo", completou.

Além de ampliar a compreensão da dinâmica viral e auxiliar na tomada de decisão de medidas de prevenção em determinadas regiões, Caroline reforçou que a principal novidade é a caracterização da presença do vírus nesses locais. "Conseguimos fazer análises e encontrar ele (novo coronavírus) no ambiente epidemiológico", justificou.

A meta é expandir o monitoramento para outras regiões, como Serra, Planalto e Sul. "Com base nesses dados podemos fazer alertas precoces sobre circulação do vírus e determinados surtos que possam estar acontecendo em bairros e regiões", advertiu. A próxima etapa do estudo será realizada no Rio dos Sinos. "A epidemiologia baseada em esgoto é uma ferramenta que foi bem aceita", frisou.

Em nota, o Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae) informou que não possui levantamento ou estudo sobre contaminação do esgoto de Porto Alegre pelo novo coronavírus. O Dmae reforçou que apenas permite acesso aos pontos de coleta na cidade: em duas Estações de Tratamento de Esgoto (ETE), duas Estações de Bombeamento de Esgoto (EBE) e um no manancial, com acompanhamento por um técnico da área de tratamento de esgoto. A nota esclareceu ainda que o acesso às unidades do Dmae está com restrições, "seguindo um plano de enfrentamento à pandemia e proteção aos trabalhadores".

Em nota, o Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae) informou que não possui levantamento ou estudo sobre contaminação do esgoto de Porto Alegre pelo novo coronavírus. O Dmae reforçou que apenas permite acesso aos pontos de coleta na cidade: em duas Estações de Tratamento de Esgoto (ETE), duas Estações de Bombeamento de Esgoto (EBE) e um no manancial, com acompanhamento por um técnico da área de tratamento de esgoto. A nota esclareceu ainda que o acesso às unidades do Dmae está com restrições, "seguindo um plano de enfrentamento à pandemia e proteção aos trabalhadores".

Fonte: www.correiodopovo.com.br