Reencarnação

Argumentos católicos contra os fundamentos do espiritismo

Orlando Fedeli

A doutrina da reencarnação é co-mum a vários sistemas religiosos, todos de fundo gnóstico. Ela provém de um erro a respeito do problema do mal e da justiça divina. Modernamente, a doutrina da reencarnação se tornou muito difun-dida pelo espiritismo.
Os reencarnacionistas defendem a tese de que cada pessoa teria várias vidas, e se reencarnaria para pagar os pecados de uma vida anterior. Desse modo, cada vida nos seria concedida para expiar erros, que não conhecemos, de uma vida que teríamos tido. Cada reencarnação seria um castigo pelos ma-les que praticamos em vidas anteriores. Não haveria inferno. O castigo do homem seria viver neste mundo material, e não tornar-se puro espírito. Para os reencar-nacionistas, "o inferno é aqui".
Eles recusam admitir que esta vida é única, e que, após a morte, somos jul-gados por Deus e premiados com o céu, ou punidos temporariamente no purga-tório, ou condenados eternamente ao inferno. Exigem uma "nova oportunida-de", enquanto recusam mudar de vida agora. A eles poderia ser aplicado o que diz um autor a respeito do tempo e do adiamento dos deveres: "Por que prome-tes fazer, num futuro que não tens, aquilo que recusas fazer no tempo que tens?". Assim também o que defende a teoria da reencarnação pretende melhorar nas futuras vidas – que imagina terá – o que se recusa a melhorar já, na vida que tem.
Para os hinduístas, a reencarnação poderia se dar pela transmigração do espírito até no corpo de um animal ou planta. Para os espíritas, a reencarnação se daria apenas em corpos humanos.

REFUTAÇÃO
1. Se a alma humana se reencarna pa-ra pagar os pecados cometidos numa vida anterior, deve-se considerar a vida como uma punição, e não um bem em si. Ora, se a vida fosse um castigo, ansiaríamos por deixá-la, visto que todo homem quer que seu castigo acabe logo. Ninguém quer ficar em castigo longamente. Entre-tanto, ninguém deseja, em sã cons-ciência, deixar de viver. Logo, a vida não é um castigo. Pelo contrário, a vida humana é o maior bem natural que possuímos.
2. Se a alma se reencarna para pagar os pecados de uma vida anterior, de-ver-se-ia perguntar quando se iniciou esta série de reencarnações. Onde estava o homem quando pecou pela primeira vez? Tinha ele então corpo? Ou era puro espírito? Se tinha corpo, então já estava sendo castigado. On-de pecara antes? Só poderia ter peca-do quando ainda era puro espírito. Como foi esse pecado? Era então o homem parte da divindade? Como poderia ter havido pecado em Deus? Se não era parte da divindade, o que era então o homem antes de ter cor-po? Era anjo? Mas o anjo não é uma alma humana sem corpo. O anjo é um ser de natureza diversa da huma-na. Que era o espírito humano quan-do teria pecado essa primeira vez?
3. Se a reencarnação fosse verdadeira, com o passar dos séculos haveria ne-cessariamente uma diminuição dos seres humanos, pois que, à medida que se aperfeiçoassem, deixariam de se reencarnar. No limite, a humanida-de estaria caminhando para a extin-ção. Ora, tal não acontece. Pelo contrário, a humanidade está cres-cendo em número. Logo, não existe a reencarnação.
4. Respondem os espíritas que Deus estaria criando continuamente novos espíritos. Mas então, esse Deus cria-ria sempre novos espíritos em peca-do, que precisariam sempre se reen-carnar. Jamais cria ele espíritos perfeitos?
5. Se a reencarnação dos espíritos é um castigo para eles, o ter corpo seria um mal para o espírito humano. Ora, ter corpo é necessário para o homem, cuja alma só pode conhecer através do uso dos sentidos. Haveria então uma contradição na natureza humana, o que é um absurdo, porque Deus tudo fez com bondade e ordem.
6. Se a reencarnação fosse verdadeira, o nascer seria um mal, pois significa-ria cair num estado de punição, e todo nascimento deveria causar-nos tristeza Morrer, pelo contrário, signifi-caria uma libertação, e deveria cau-sar-nos alegria. Ora, todo nascimen-to de uma criança é causa de alegria, enquanto a morte causa-nos tristeza. Logo, a reencarnação não é verda-deira.
7. Vimos que se a reencarnação fosse verdadeira, todo nascimento seria causa de tristeza. Mas, se tal fosse certo, o casamento - causador de novos nascimentos e reencarnações – seria mau. Ora, isto é um absurdo. Logo, a reencarnação é falsa.
8. Caso a reencarnação fosse uma realidade, as pessoas nasceriam de determinado casal somente em fun-ção de seus pecados em vida ante-rior. Tivessem sido outros os seus pe-cados, outros teriam sido seus pais. Portanto, a relação de um filho com seus pais seria apenas uma casuali-dade, e não teria importância maior. No fundo, os filhos nada teria a ver com seus pais, o que é um absurdo.
9. A reencarnação causa uma destrui-ção da caridade. Se uma pessoa nas-ce em certa situação de necessidade, doente, ou em situação social inferior ou nociva -- como escrava, por exemplo, ou pária – nada se deveria fazer para ajudá-la, porque propiciar-lhe qualquer auxílio seria, de fato, burlar a justiça divina que determi-nou que ela nascesse em tal situação como justo castigo de seus pecados numa vida anterior. É por isso que na Índia, país em que se crê normal-mente na reencarnação, praticamen-te ninguém se preocupa em auxiliar os infelizes párias. A reencarnação destrói a caridade. Portanto, é falsa.
10. A reencarnação causaria uma tendência à imoralidade e não um incentivo à virtude. Com efeito, se sabemos que temos só uma vida e que, ao fim dela, seremos julgados por Deus, procuramos converter-nos antes da morte. Pelo contrário, se imaginamos que teremos milhares de vidas e reencarnações, então não nos veríamos impelidos à conversão ime-diata. Como um aluno que tivesse a possibilidade de fazer milhares de provas de recuperação, para ser promovido, pouco se importaria em perder uma prova - pois poderia facil-mente recuperar essa perda em pro-vas futuras - assim também, havendo milhares de reencarnações, o homem seria levado a desleixar seu aprimo-ramento moral, porque confiaria em recuperar-se no futuro. Diria alguém: "Esta vida atual, desta vez, quero aproveitá-la gozando à vontade. Em outra encarnação, recuperar-me-ei" . Portanto, a reencarnação impele mais à imoralidade do que à virtude.
11. Ademais, por que esforçar-se, com-batendo vícios e defeitos, se a recu-peração é praticamente fatal, ao final de um processo de reencarnações infindas?
12. Se assim fosse, então ninguém seria condenado a um inferno eterno, por-que todos se salvariam ao cabo de um número infindável de reencarna-ções. Não haveria inferno. Se isso fosse assim, como se explicaria que Cristo Nosso Senhor afirmou que, no juízo final, Ele dirá aos maus: "Ide malditos para o fogo eterno"? (Mt. XXV, 41)
13. Se a reencarnação fosse verdadeira, o homem seria salvador de si mesmo, porque ele mesmo pagaria suficien-temente suas faltas por meio de reencarnações sucessivas. Se fosse assim, Cristo não seria o Redentor do homem. O sacrifício do Calvário seria nulo e sem sentido. Cada um salvar-se-ia por si mesmo. O homem seria o redentor de si mesmo. Essa é uma tese fundamental da Gnose.
14. Em conseqüência, a Missa e todos os Sacramentos não teriam valor ne-nhum e seriam inúteis ou dispensá-veis. O que é outro absurdo herético.
15. A doutrina da reencarnação conduz necessariamente à idéia gnóstica de que o homem é o redentor de si mes-mo. Mas, se assim fosse, cairíamos num dilema:
a. Ou as ofensas feitas a Deus pelo homem não teriam gravidade infinita;
b. Ou o mérito do homem seria de si, infinito.
Que a ofensa do homem a Deus te-nha gravidade infinita decorre da própria infinitude de Deus. Logo, de-ver-se-ia concluir que, se homem é redentor de si mesmo, pagando com seus próprios méritos as ofensas feitas por ele a Deus infinito, é porque seus méritos pessoais são infinitos. Ora, só Deus pode ter méritos infini-tos. Logo, o homem seria divino. O que é uma conclusão gnóstica ou panteísta. De qualquer modo, absur-da. Logo, a reencarnação é uma falsidade.
16. Se o homem fosse divino por sua natureza, como se explicaria ser ele capaz de pecado? A doutrina da reen-carnação leva, então, à conclusão de que o mal moral provém da própria natureza divina. O que significa a aceitação do dualismo maniqueu e gnóstico. A reencarnação leva neces-sariamente à aceitação do dualismo metafísico, que é tese gnóstica que repugna à razão e é contra a Fé.
17. É essa tendência dualista e gnóstica que leva os espíritas, defensores da reencarnação, a considerarem que o mal é algo substancial e metafísico, e não apenas moral. O que, de novo, é tese da Gnose.
18. Se, reencarnando-se infinitamente, o homem tende à perfeição, não se compreende como, ao final desse processo, ele não se torne perfeito de modo absoluto, isto é, ele se torne Deus, já que ele tem em sua própria natureza essa capacidade de aperfei-çoamento infindo.
19. A doutrina da reencarnação, admi-tindo várias mortes sucessivas para o homem, contraria diretamente o que Deus ensinou na Sagrada Escritura.
Por exemplo, São Paulo escreveu:
"O homem só morre uma vez" (Heb. IX, 27).
Também no Livro de Jó está escrito:
"Assim o homem, quando dor-mir, não ressuscitará, até que o céu seja consumido, não desper-tará, nem se levantará de seu sono" (Jó, XIV,12).
20. Finalmente, a doutrina da reencar-nação vai frontalmente contra o ensi-namento de Cristo no Evangelho. Com efeito, ao ensinar a parábola do rico e do pobre Lázaro, Cristo Nosso Senhor disse que, quando ambos morreram, foram imediatamente jul-gados por Deus, sendo o mau rico mandado para o castigo eterno, e Lázaro mandado para o seio de Abraão, isto é, para o céu. (Cfr. Lucas XVI, 19-31) .

E, nessa mesma parábola Cristo nega que possa alguma alma voltar para ensinar algo aos vivos.
Em adendo a tudo isto, embora sem que seja argumento contrário à reencarnação, convém recordar que na, Sagrada Escritura, Deus proíbe que se invoquem as almas dos mortos.
No Deuteronômio se lê: "Não se ache entre vós quem purifique seu filho ou sua filha, fazendo-os passar pelo fogo, nem quem consulte os advinhos ou observe sonhos ou agouros, nem quem use malefícios, nem quem seja encan-tador, nem quem consulte os pitões [os médiuns] ou advinhos, ou inda-gue dos mortos a verdade. Porque o Senhor abomina todas estas coisas e por tais maldades exterminará estes povos à tua entrada" (Deut. XVIII-10-12).

O DEBATE DO “CRENTE” E O CATÓLICO (CORDEL)

Convide sua família
pra assistir o debate
do “crente” contra o católico,
cada um por sua parte,
no fim vai mudar de fé
o que perder o combate.

O católico foi dizendo
pra conversa começar:
“o Senhor é meu Pastor
e nada me faltará”, ....... (Salmos 23,1)
e quem é o teu “pastor”?
Disse o “crente”: “Valdemar!”
Lascou-se logo de cara,
pois nem deu tempo pensar.

E o “crente” no seu blefe,
dizia: “Jesus te ama!”
- “Ama porquê sou católico,
tais pensando que me engana?”
Respondia o católico,
desarmando o sacana.

Igualzinho aos hipócritas
que lá em Lucas se ferra.
Disse o “crente”: “prepara-te!
Tu não estais vendo as guerras?” ......(Mt 24,4-6)
O católico respondeu:
“Se salva quem persevera!!!, (Mt 24,13)
continuarei católico,
mesmo no tremor de terra ...

... É preciso que essas coisas
aconteçam, e mesmo assim,
as Escrituras garante,
que isso não é o fim, ............(Mt 24,6)
tu engana muito trouxa,
mas tu não engana a mim”.

Disse o “crente”: “Jesus diz:
examina as Escrituras!”
O católico retrucou:
“Larga da tua frescura,
Jesus Cristo ta punindo,
o que ta examinando.
Leia o texto completo,
não fique sacaneando”. ... ( Jo 5,39-43)

O “crente” abrindo a Bíblia,
disse elevando a voz:
“Se Deus do céu é conosco,
quem seria contra nós?”
O católico respondeu,
ao “crente” envergonhando:
“essa carta é pros católicos,
foi escrita pros romanos”. .... (Carta aos Romanos 8,31)
Disse o “crente”: “aceite Cristo,
como único Salvador”.
O católico respondia:
“e tem outro meu senhor?
Pois foi este Jesus Cristo
que a minha fé fundou ........(Mt 16,18)
e que condenou a sua, quando
o diabo a dispersou (Rm 16,17-18)

... Em Romanos 16,
diz assim com muito gosto,
do versículo 17 lendo até o 18
<que promovem divisão
que com palavra lisonja
só engana coração,
esses servem ao próprio ventre,
e não a Cristo>>, diz então”.

Disse o “crente”: “hoje tô rico,
dei um chute na miséria”.
O católico respondeu:
“o ímpio também prospera,
para o dia da matança,
Jeremias delibera”. ...(Jeremias 12,1-3)

Disse o “crente”: “ao microfone,
meu palavreado voa!”
O católico recusou:
“nem que digas coisa boa,
eu jamais te seguirei.
Jeremias te caçoa”. .... (Jeremias 12, 6)

O “crente” pra se vingar
deu pra atacar Maria,
disse: “tua intercessora,
Deus jamais intermedia!”
O católico perguntou:
“por quem Cristo veio um dia? (Lc 1,35)
Se Deus enviou Por ela,
por ela, a Deus se envia”.

O “crente” disse: “Jesus,
veja, teve muito irmão!”
O católico respondeu:
“e deu sua Mãe pra João? .(João 19,27)
Que é filho de Zebedeu
e de Salomé, então?
Desconheces o hebraico,
que chama primo, “irmão”. ...

PAUSA PARA PARENTES E AMIGOS CHAMADOS “IRMÃOS” NA BÍBLIA:
(Lv 10,4) Misael e Elizafã são primos dos filhos de Arão. (diz-se irmãos).
(Gn 13,8) Abrão é tio de Ló. (diz-se irmão).
(Gn 29,10-12) Jacó é sobrinho do pai de Raquel. (diz-se irmão).
(Gn 29,15) Labão é tio de Jacó. (diz-se irmão).
(Gn 29,4) Jacó não é irmão dos desconhecidos. (diz-se irmãos).
(Mc 6,3) Tiago, José, Judas e Simão, são primos de Jesus. (diz-se irmãos).
(Jo 20,17-18). Os apóstolos eram discípulos de Jesus. (diz-se irmãos).

Continuemos com o católico dizendo:
“... Tá na Bíblia, aos 12 anos
só Jesus, José, Maria.
Se Jesus tivesse irmão
Por quê pro templo não ia?
Jesus Cristo lá na cruz,
tendo irmão, não trairia
entregando ao discípulo
a mãe que os criou um dia”.

E o “crente”, como sempre,
das imagens foi falar.
O católico disse logo,
pra conversa encurtar:
“meu amigo, quebre uma,
pra lá no xadrez mofar.
falar, papagaio fala,
mas não sabe assinar ...
A justiça é uma imagem
Com a balança de pesar.

... Teu tradutor protestante,
cometeu uma loucura,
no lugar que se lê “ídolo”,
pôs “imagem de escultura”.
Se Deus proibisse “imagem”,
como a da cobra cura??? ...(Nm 21,7-9)
E na Arca tinha anjos
com quase um metro de altura???” ....(Ex 25,22)
Logo o “crente” desviou,
pra falar da Eucaristia,
disse: “e o vinho da Ceia,
que vocês tiraram um dia!”
O católico tranqüilo,
desse jeito respondia:

“Você diz que a Igreja
retirou o vinho do povo,
basta só olhar na Bíblia
pra ver que mentes de novo.
Há só “partilha do pão”
quando é pra comunidade,
nos livros de João e Atos
logo vemos a verdade. ----(Jo 6,58),
(At 2,42), (At 2, 46-47),(At 20,7)

No altar é que o vinho
é servido com o pão. -----(Mt 26,26-28)
não vemos ninguém na Bíblia
dando vinho a multidão.
Paulo diz que pão “OU” vinho
levam a condenação, -----(1Cor 11, 27)
isso prova, um “OU” outro,
também leva a salvação”. (sendo digno)

Disse o “crente”, “Jesus Cristo,
batizou-se quando adulto.
Vocês batizam criança,
isso é coisa de maluco!”
O católico deu-lhe o troco
dizendo assim ao astuto:

“Quando Jesus foi menino,
não havia cristianismo,
que Ele fundou adulto,
isso acaba o seu cinismo.
Pedro deu pra nós e os filhos
a promessa do batismo”. (Atos 2,38-39)

O “crente” caiu de joelhos,
dizendo: “eu fui vencido,
quero já me converter
de vez ao Catolicismo,
agradeço por você
me livrar do inimigo ...

... Hoje eu vi, é na Igreja
que está a salvação,
o que dela se afasta
Cristo diz que é pagão. ........(Mt 18,17)
A 'Coluna da verdade' .......(1 Tim 3,15)
é 'fé única' do cristão ........... (Ef 4,5-6)

... Eu agi como pagão, .........(Mt 18,17)
cego de língua ligeira, .......... (Tg 1,26)
artista da oratória, ............ (1Cor 1,17)
distorcedor de primeira. ......(2 Pe 3,16)
Eu quero confessar isso
à Igreja verdadeira”.

O católico venceu,
fez o serviço completo,
e o “crente” foi levado
numa Igreja ali perto,
confessou-se com um padre
e seguiu no rumo certo.

Fim.

Autor: Fernando Nascimento.
Jesus quer, que todos os homens se salvem.