Microsoft ajuda governo dos EUA a espionar o mundo

 

Comentário de Julio Severo: A matéria do Globo está sendo muito gentil ao dizer que a colaboração da Microsoft com a espionagem do governo dos EUA ocorria no passado. Quem dera fosse tudo coisa do passado. E não pense que com o Google e com a Apple é diferente. A grande preocupação é que a matéria do Globo deixa claro que para espionar um cidadão americano, o governo dos EUA precisa de um mandato judicial para cada indivíduo. No caso de estrangeiros fora dos EUA, o território é livre para fazerem o que quiserem. O Big Brother saiu das páginas do livro “1984” para monitorar o mundo diretamente da capital dos EUA. No passado, era comum eu ouvir de meus irmãos protestantes que o Vaticano era a Babilônia e que, como potência protestante que eram outrora, os EUA seriam o baluarte contra isso. E se for o contrário?
Só Deus para nos salvar do Golias monitorador que está se erguendo. Mas sabemos que basta um pequeno Davi para confrontar o Golias.
Leia agora a reportagem do Globo:

Microsoft colaborou com espionagem dos EUA, diz “Guardian”

Usuários do Outlook, Hotmail, SkyDrive e Skype teriam sido alvo da Agência de Segurança Nacional americana, de acordo com o jornal

O Globo
LONDRES - Documentos do ex-técnico da CIA Edward Snowden divulgados nesta quinta-feira pelo “The Guardian” afirmam que a Microsoft colaborou de perto com o sistema de espionagem da Agência de Segurança Nacional dos EUA (NSA, na sigla em inglês). De acordo com o jornal britânico, a própria empresa teria ajudado o serviço secreto americano a burlar a criptografia da companhia para interceptar comunicações de usuários.
O relatório, que guarda informações de três anos, afirma que conversas de usuários no portal do Outlook teriam sigo acessadas pela agência com ajuda da própria Microsoft. A companhia também teria facilitado a obtenção de dados de contas no Hotmail e do serviço SkyDrive, que tem mais de 250 milhões de usuários no mundo.
Outro alvo da agência teria sido o Skype, adquirido pela Microsoft em outubro de 2011. Segundo o “Guardian”, a NSA teria obtido dados em vídeo e áudio de conversas de internautas. O jornal também afirma que o material coletado é rotineiramente compartilhado com o FBI e a CIA.
Anteriormente, empresas do Vale do Silício negaram acusações de que estariam colaborando com o esquema de espionagem dos EUA, argumentando que toda obtenção de dados de usuários teria que passar primeiro pela Justiça.
No entanto, o “Guardian” afirma que ordens judiciais previamente programadas permitem que comunicações sejam acessadas sem um mandato individual se a NSA tiver ao menos 51% de certeza que o usuário não é americano e não está no território dos EUA. Para espionar um cidadão americano seria necessário um mandato individual, mas a agência seria capaz de conseguir o acesso se o usuário for estrangeiro e estiver fora dos EUA.
Segundo um documento citado pela matéria - datado de 26 de dezembro de 2012 - uma suposta comunicação interna da NSA diz: “MS (Microsoft), trabalhando com o FBI, desenvolveu um recurso de vigilância para resolver (a questão).” “Essas soluções foram testadas com sucesso e ativadas no dia 12 de dezembro de 2012.”
O jornal reforça que, segundo os dados de Snowden, a colaboração da Microsoft não estava limitada somente ao Outlook. Um registro de 8 de abril de 2013 descreve como a companhia teria colaborado por meses com o FBI, que atuaria como elo de ligação de agências de inteligência e a atuação do Prism no Vale do Silício.
No documento, estaria a autorização para que a NSA acessasse o serviço de armazenamento SkyDrive. Um novo recurso permitiria que “analistas não precisassem mais ter que fazer um pedido especial” para obter dados, de acordo com o texto divulgado pelo diário.
Fonte: O Globo