Vaticano sob Fogo de Comitê da ONU sobre os Direitos da Criança

 

 

NOVA IORQUE, EUA, 22 de novembro (C-FAM) Um comitê da ONU quer responsabilizar o Vaticano pelos pecados das dioceses e seu clero no mundo inteiro.

Um comitê da ONU atacou o Vaticano com questionamentos ferozes sobre abuso sexual de menores no começo deste ano. O comitê monitora a implementação da Convenção sobre os Direitos da Criança. O prazo final para o Vaticano responder às perguntas é este mês e o comitê já marcou uma data para interrogar mais o Vaticano de modo duro em janeiro.

O Vaticano deu ao comitê informações detalhadas sobre seus novos protocolos em casos de abuso sexual cometido pelo clero. Mas o comitê não ficou satisfeito com o relatório do Vaticano. Não se esquivando de pormenores, o comitê pediu ao Vaticano que desse detalhes de “todos os casos de abuso sexual de crianças cometido por membros do clero” que foram trazidos à atenção do Vaticano.

O comitê perguntou ao Vaticano se o Vaticano conduziu uma investigação no escândalo das lavanderias Madalena na Irlanda, que medidas tomou para com os sacerdotes que podem ter se envolvido, e se deu indenizações às vítimas, bem como informações gerais sobre as instituições católicas que cuidam de crianças separadas de suas famílias em todo o mundo. O comitê especificamente mencionou queixas de que crianças e adolescentes sob o cuidado dos Legionários de Cristo, uma instituição religiosa infestada de escândalos, estavam excessivamente separados de suas famílias.

O comitê não se limitou a pedir que o Vaticano supervisionasse o trabalho de igrejas locais na questão delicada de proteger as crianças. O comitê fez perguntas sobre como o Vaticano promove a igualdade entre meninos e meninas nas escolas católicas do mundo inteiro, especificamente solicitando que o Vaticano removesse “todos os estereótipos sexuais” dos livros escolares usados nas escolas católicas, e o que está fazendo para impedir todas as formas de castigo físico nas escolas e na família.

O comitê perguntou se o Vaticano usou o rótulo “ilegítimo” para crianças que nasceram fora do casamento, quantas arcas de bebês (lugares seguros para bebês abandonados) o Vaticano opera no mundo inteiro e o que faz para preservar o direito à identidade dessas crianças.

Esta não é a primeira vez que o Vaticano é duramente criticado na ONU. Em anos recentes, a Noruega e outros países nórdicos cada vez mais atacam o papel da Santa Sé, pois o Vaticano é conhecido na ONU. Eles assumem posições opostas quando o Vaticano defende os bebês em gestação e age como um compasso moral em inúmeras questões de políticas internacionais, principalmente costumes sexuais.

Países têm criticado os comitês da ONU por adotarem uma abordagem de confronto em questões de direitos humanos e por imporem novas obrigações nos países.

O Comitê dos Direitos da Criança foi acusado no começo deste ano de politização e tendenciosidade antissemita depois que pediu que Israel conduzisse um estudo sobre os efeitos negativos de curto e longo prazo da circuncisão. O comitê sugeriu abertamente que a circuncisão, uma prática tradicional e religiosa fundamental dos judeus e outros povos semíticos por mais de três mil anos, viola o direito à integridade física das crianças.

A Assembleia Geral da ONU está examinando modos de melhorar os comitês de direitos humanos. Suas esquisitices são atualmente um obstáculo para o Senado dos EUA ratificarem um tratado da ONU sobre deficiências.

As respostas do Vaticano às perguntas do comitê ainda não foram mandadas para o site do comitê.

Tradução: Julio Severo

Fonte: Friday Fax