Cardeal Brandmüller declara: Aqueles que defendem uma mudança na doutrina católica sobre o casamento são hereges, mesmo que sejam Bispos

17.04.2015 - Em uma entrevista ao LifeSiteNews o cardeal Brandmüller reitera e confirma o magistério católico tradicional sobre o matrimónio e da família e descarrega sobre seus colegas alemães Kasper (não nomeado explicitamente), Marx e Cie. Para ele, aqueles que defendem uma mudança na doutrina católica sobre o casamento são “hereges”, mesmo que sejam bispos.

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O Cardeal Walter Brandmüller estava entre os críticos mais importantes das propostas provenientes do Sínodo do Vaticano sobre a Família que pode reverter a doutrina católica sobre os sacramentos e a moralidade. Ele foi um dos cinco cardeais que contribuíram para o livro Permanecendo na Verdade de Cristo, criticando as proposições do Cardeal Walter Kasper para abertura da Comunhão àqueles em uniões sexuais irregulares. O dr. Maike Hickson, colaborador LifeSiteNews, entrevistou o cardeal Brandmüller no mês passado.

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LifeSiteNews: O senhor poderia apresentar, mais uma vez ,para nossos leitores o ensinamento  da Igreja Católica, como tem sido consistentemente ensinado ao longo dos séculos sobre o casamento e sua indissolubilidade?

Cardeal: A resposta é encontrada no Catecismo da Igreja Católica, n. 1638-1642.

A Igreja pode admitir casais recasados ​​à Sagrada Comunhão, mesmo que seu segundo casamento não seja válido aos olhos da Igreja?

Isso seria possível se os casais interessados ​​tomassem a decisão de viver no futuro como irmão e irmã. Vale a pena considerar esta solução especialmente quando os cuidados com as crianças não permitem uma separação. A decisão nesse caminho seria uma expressão convincente da penitência pelo ato anterior e prolongado de adultério.
A Igreja pode lidar com o tema do casamento de uma maneira pastoral, sendo diferente do ensinamento contínuo da Igreja? Pode a Igreja assim mudar o próprio ensino sem cair na heresia?

É evidente que a prática pastoral da Igreja não pode estar em oposição à doutrina aplicada, nem mesmo simplesmente ignorá-la. Da mesma forma, um arquiteto talvez poderia construir a mais linda ponte. No entanto, se ele não prestar atenção às leis de engenharia estrutural, ele corre o risco de colapso da sua construção. Da mesma forma, toda prática pastoral deve seguir a Palavra de Deus, se não quiser falhar. A mudança do ensino, do dogma, é impensável. Quem, no entanto, faz isso conscientemente, ou insistentemente a exige, é um herege – mesmo que ele seja um Purpurado Romano.

Toda a discussão sobre a admissão de recasados com a Sagrada Eucaristia não seria também uma expressão do fato de que muitos católicos não acreditam mais na Presença Real e preferem pensar que o que recebem na Sagrada Comunhão seja apenas um pedaço de pão?

Na verdade, existe uma indissolúvel contradição interna em alguém que quer receber o Corpo e Sangue de Cristo e unir-se a Ele, enquanto que ao mesmo tempo, ignora conscientemente o seu mandamento. Como se deve trabalhar? São Paulo diz sobre iso: “Quem come e bebe indignamente, está comendo e bebendo seu próprio julgamento … Mas: Você está certo. De longe, nem todos os católicos acreditam na Presença Real de Cristo na hóstia consagrada. Pode-se ver este fato já na forma como muitos – até mesmo padres – passam o tabernáculo sem fazer a genuflexão.

Porque há hoje em dia um forte ataque sobre a indissolubilidade do casamento dentro da Igreja? Uma resposta possível pode ser de que o espírito do relativismo tenha adentrado na Igreja, mas deve haver mais razões. O Senhor poderia citar alguns? E não são todas estas razões um sinal da crise de fé dentro da própria Igreja?

Claro que sim, se certos padrões morais que têm sido geralmente válidos, sempre e em todos os lugares não são mais reconhecidos, então todo mundo faz a sua própria lei moral. Isso tem como consequência que cada um faz o que quiser.A isso pode-se adicionar uma abordagem individualista da vida, que considera a mesma como a única chance para a auto-realização – e não como uma missão do Criador. É evidente que tais atitudes são a expressão de uma perda de fé profunda enraizada.

Neste contexto, pode-se afirmar que houve poucos discusos nas últimas décadas sobre o ensino sobre a Natureza Decaída do Homem. A impressão dominante era de que o homem, apesar de tudo, é bom. Em minha opinião, isso levou a uma atitude negligente para com o pecado. Agora, que vemos o resultado de uma atitude laxista – uma explosão de uma conduta desumana em todas as áreas possíveis da vida humana – isso não deveria ser a razão para que a Igreja veja que o ensino sobre a Natureza Decaída do Homem deve ser confirmado e para tanto, seja proclamado novamente?

Isso é verdade, de fato. O tema “Pecado Original”, com as suas consequências, a necessidade de Redenção através do sofrimento, morte e ressurreição de Cristo foi largamente suprimida e esquecida por muito tempo. No entanto, não se pode entender o curso do mundo – e da própria vida – sem essas verdades. É inevitável que esta ignorancia das verdades essenciais leva a má conduta moral. Você tem razão: deve-se, finalmente, pregar novamente sobre este tema, e com clareza.

O elevado número de abortos, especialmente no Ocidente têm feito um grande dano, não somente  para aqueles bebês mortos, mas também para as mulheres (e homens) que decidiram matar seus filhos. Os prelados da Igreja não devem tomar uma posição forte sobre esta terrível verdade e tentar sacudir as consciências daqueles homens e mulheres, também por causa de sua salvação? E a Igreja não tem o dever de defender com insistência esses “Pequenos” que não podem se defender, até porque eles não estão sequer autorizados a viver? “Vinde a mim os pequeninos ….”

Aqui pode-se dizer que a Igreja, especialmente sob os últimos papas, bem como sob o Santo Padre Francisco não deixou qualquer margem para dúvidas sobre o caráter desprezível do assassinato de bebês em gestação. Isto aplica-se, sem dúvida, também a todos os bispos. No entanto, outra questão é, se e de que forma o ensinamento da Igreja tem sido testemunhado e apresentado na esfera pública. É aí que a hierarquia certamente poderia fazer mais. Basta pensar na participação dos cardeais e bispos em marchas pró-vida.

Quais são os passos o senhor recomendaria para que a Igreja fortaleça o chamado  à santidade e mostre o caminho de como alcançá-lo?

Certamente deve-se testemunhar a fé de uma forma apropriada para cada situação. De que forma isso pode acontecer, depende de circunstâncias específicas. Abre-se todo um campo para a imaginação criativa.

O que o senhor diria sobre as recentes declarações do Bispo Franz-Josef Bode que a Igreja Católica tem de se adaptar cada vez mais às “realidades da vida” das pessoas de hoje e ajusta-la com seu ensinamento moral? Estou certo de que o senhor, como um historiador da Igreja tem na frente de seus olhos outros exemplos da história da Igreja, onde ela foi pressionada de fora para mudar o ensinamento de Cristo. O senhor poderia citar alguns, e como é que a Igreja, no passado, respondeu a esses ataques?

É completamente claro e também não é novo que a proclamação da doutrina da Igreja tem de ser adaptado às situações concretas da vida da sociedade e do indivíduo, para que a mensagem deva ser ouvida. Mas isso se aplica apenas na maneira da proclamação, e não a todo seu conteúdo inviolável. Uma adaptação do ensino moral não é aceitável. ‘Não vos conformeis com o mundo “, disse o apóstolo São Paulo. Se o Bispo Bode ensina algo diferente, ele se encontra em contradição com a doutrina da Igreja. Ele está consciente disso?

A Igreja Católica alemã está autorizada a seguir seus próprios caminhos na questão da admissão de casais recasados ​​à Santa Eucaristia e, assim, decidir de forma independente de Roma, como o Cardeal Reinhard Marx pronunciou após a recente reunião da Conferência Episcopal alemã?

As bem conhecidas declarações do Cardeal Marx estão em contradição com o dogma da Igreja. Eles são irresponsáveis ​​nessa relação pastoral, porque expõem os fiéis a confusão e dúvidas. Se ele acha que ele pode tomar um caminho nacional e independente, ele coloca a unidade da Igreja em risco. Isso permanece: o padrão obrigatório para todo o ensino e prática da Igreja são suas doutrinas claramente definidas.

Fonte: La Porte Latine – Tradução Dominus Est

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Nota de www.rainhamaria.com.br

Lembrando o Artigo Publicado em 01.03.2015

Cardeal Burke: Meu sagrado dever defender a verdade do ensinamento da Igreja. Qualquer autoridade eclesial, mesmo a mais elevada, que negar ou agir contra essa verdade, eu seria obrigado a resistir

Cardeal Raymond Burke, sobre o Sinodo da Familia e as posições modernistas da maioria dos Bispos e de Francisco.

O poder papal “está a serviço da doutrina da fé”, explicou..."assim, o Papa não tem o poder de mudar o ensinamento, a doutrina”.

“Nenhuma autoridade pode me dispensar dessa responsabilidade e, portanto, se qualquer autoridade, mesmo a mais elevada, negar ou agir contra essa verdade, eu seria obrigado a resistir, em fidelidade à minha responsabilidade perante Deus”.

“Se o Papa Francisco insistir neste caminho (de uma revolução na Igreja), o que o senhor faria?”, perguntou a entrevistadora.

“Resistirei. Não posso fazer outra coisa”, afirmou o Cardeal Burke.

 

Nota final de www.rainhamaria.com.br

Declarou o Arcebispo  francês Marcel Lefebvre

Em Homilia proferida em Lille, em 29 de agosto de 1976.

"A verdade e o erro não estão em pé de igualdade. Isso seria colocar Deus e o diabo em pé de igualdade, visto que o diabo é o pai da mentira, o pai do erro.

Se acontecesse do papa não fosse mais o servo da verdade, ele não seria mais papa. Não digo que ele não o seja mais – notem bem, não me façam dizer o que não disse – mas se acontecesse disso ser verdade, não poderíamos seguir alguém que nos arrastasse ao erro. Isto é evidente.

Dizem-nos: “Vocês julgam o papa”. Mas onde está o critério da verdade? Dom Benelli jogou na minha cara: “Não é o senhor que faz a verdade”. Claro, não sou eu que faço a verdade, mas também não é o papa. A Verdade é Nosso Senhor Jesus Cristo, portanto devemos nos reportar ao que Nosso Senhor Jesus Cristo nos ensinou, ao que os Padres da Igreja e toda a Igreja nos ensinou, para saber onde está a verdade.

Não sou eu quem julga o Santo Padre, é a Tradição. Uma criança de cinco anos, com seu catecismo, pode muito bem responder para o seu bispo. Se seu bispo viesse lhe dizer: “Nosso Senhor não está presente na Santa Eucaristia. Sou eu que sou a testemunha da verdade e te digo que Nosso Senhor não está presente na Santa Eucaristia”. Pois bem! essa criança, apesar de seus cinco anos, tem seu catecismo. Ela responde: “Mas, o meu catecismo diz o contrário”. Quem tem razão? O bispo ou o catecismo"?

Diz na Sagrada Escritura:

"Dizei somente: Sim, se é sim; não, se é não. Tudo o que passa além disto vem do Maligno".(Mateus 5, 37)

“Não te justifiques perante Deus, pois Ele conhece o fundo dos corações; não pretendas parecer sábio diante do Rei. Não procures tornar-te juiz, se não fores bastante forte para destruir a iniqüidade, para que não aconteça que temas perante um homem poderoso, e te exponhas a pecar contra a eqüidade". (Eclesiástico 7, 5-6)

"Ai dos filhos rebeldes, diz o Senhor, eles seguem um plano que não vem de mim. Concluem alianças sem o meu consentimento, acumulando, assim, falta sobre falta." (Isaías 30, 1)