China comunista: Enquanto o governo manda retirar as cruzes, os cristãos colocam mais cruzes ainda

29.07.2015 -

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A Lituânia tem a sua Colina das Cruzes. A China pode agora ter uma Cidade das Cruzes!

Wenzhou tem 3 milhões de habitantes e fica na província de Zhejiang, na China Oriental. É uma cidade costeira que serve como lar para uma das maiores comunidades cristãs da China, com cerca de 300 mil católicos e um milhão de protestantes, tanto membros de igrejas sancionadas pelo governo quanto de “assembleias domésticas” clandestinas, que tornam a cidade conhecida como "Jerusalém do Oriente".

As autoridades da região, no entanto, insistem em remover as cruzes "não autorizadas" que os cristãos colocam nas igrejas locais. A “campanha do mal” para remover as cruzes é coordenada pelo Partido Comunista, dizem os ativistas cristãos. Segundo eles, mais de 1.200 cruzes foram retiradas das igrejas da província de Zhejiang desde o final de 2013, quando essa ordem foi dada pelo governo. Houve um pico de remoções nas últimas semanas.

Diante da repressão, um bispo de 89 anos de idade, acompanhado por 20 sacerdotes, foi protestar pessoalmente diante da sede do governo local. A imagem de dom Vincent Zhu Weifang, que caminha com uma bengala e que liderou o protesto no dia 24 de julho, inspirou muitos católicos locais à resistência, de acordo com fontes consultadas pelo site ucanews.com. Vários policiais apareceram no local durante o protesto, que durou duas horas, mas, segundo testemunhas oculares, não tomaram medidas repressivas naquele momento.

Antes desse evento, oito padres de Zhejiang tinham procurado ajuda da Igreja em Pequim para pressionar o governo a interromper a campanha de remoção de cruzes.

Dom Zhu divulgou uma carta aberta em agosto passado convidando os católicos a defenderem os seus direitos e a sua dignidade em face da repressão. Foi a primeira vez que a Igreja católica levou a causa para as ruas. Os protestantes já tinham se manifestado em ocasiões anteriores.

Zhejiang tem uma população católica de 210.000 pessoas. A maior diocese da província é a de Wenzhou, reduto da comunidade "não oficial" da Igreja, composta por cerca de 120.000 membros. A comunidade católica não reconhecida pelo governo na área de Yongqiang também fez um apelo a todas as suas paróquias para orar e jejuar como forma de protesto não-violento, em defesa do seu direito de celebrar a fé.

Pregadores protestantes estão incentivando as suas congregações a fazerem o mesmo, opondo-se pacificamente às remoções e colocando cruzes de madeira em suas casas e carros, relatou o jornal The Guardian. "Cada vez que eles derrubarem uma cruz, nós vamos colocar novas", afirmou um líder cristão de Zhejiang ao periódico britânico. "Estamos até pensando em fazer bandeiras e roupas com estampas em cruz. Faremos a cruz florescer por toda a China!".

A polêmica pode chamar atenção internacional, em especial porque Barack Obama deverá viajar em breve à China e também porque o país asiático terá sua eleição presidencial no ano que vem. Segundo The Guardian, ativistas de todo o mundo já estão pedindo que Obama levante a questão junto ao presidente Xi Jinping quando este fizer a sua primeira visita de Estado aos EUA, em setembro.

Marco Rubio, candidato republicano à presidência dos Estados Unidos, afirmou na última semana que "a liberdade religiosa está, sem dúvida, sendo atacada na China". Essa repressão, no entanto, "teve a consequência não intencional de dar a muitos fiéis uma vivacidade maior, como fica evidenciado pelo crescimento explosivo do cristianismo na China", acrescentou Rubio.

Fonte: www.aleteia.org

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Nota de www.rainhamaria.com.br

Fé move montanha de 50 mil cruzes na Lituânia

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Durante anos, a mistura entre fé e política fez mover na pequena cidade de Siauliai (pronuncia-se algo como "chu-lei"), no norte da Lituânia, uma pequena montanha. Sobre ela, uma a uma, foram sendo plantadas cruzes e toda espécie de imagens religiosas, chegando a cerca de 50 mil demonstrações de crença e persistência.

Sem visitar o local, é difícil ter uma proporção exata do fenômeno. A questão não é nem a quantidade de cruzes - que vão de grandes cruzeiros de pedra a pequenos medalhões -, mas sim a história que cada uma sustenta. Olhando com atenção, nota-se que quase todas levam uma inscrição: um nome, uma data ou, frequentemente, uma mensagem. São cruzes de agradecimento ou esperança, que carregam ambiciosos pedidos de paz mundial ou simples desejos de saúde para o neto que vai nascer.

A primeira menção escrita ao Monte das Cruzes foi feita em 1850, mas acredita-se que sua história tenha começado em 1831, quando diversas famílias se viram proibidas de prestar a última homenagem a jovens rebeldes mortos em um confronto contra a ocupação russa. O número de cruzes aumentou após um segundo embate, em 1863.

O local já era considerado um sítio sagrado na virada para o século XX, embora em 1900 se encontrassem sobre o monte apenas 130 cruzes. O grande aumento ocorreu durante o regime soviético. Anonimamente, os lituanos colocavam suas cruzes no local como forma de protesto silencioso contra o regime comunista.

Moscou não demorou a considerar o monte uma provocação e, durante anos, tentou demolir o local. Entre 1973 e 1975, cerca de 500 cruzes eram destruídas ao ano. Em vão. Mesmo com o exército soviético e a KGB montando guarda, mesmo com estradas bloqueadas pela polícia e com os boatos de epidemias na região, ainda assim, as cruzes continuavam reaparecendo sobre o monte a cada manhã.

Com o fim da União Soviética, o estatuto do Monte das Cruzes mudou. O local foi ganhando fama mundial, especialmente após 1993, quando o papa João Paulo II visitou o santuário e ficou emocionado com uma cruz colocada por sua saúde em decorrência do atentado de 1981.

Ninguém administra o Monte das Cruzes, que não requer bilhetes para entrar nem tem horário de visitas. De comércio, apenas alguns vendedores ambulantes ofertando, entre outras, cruzes para cada turista deixar ali seu pedido e uma contribuição para que a coleção continue crescendo. (Terra noticias)