Feliz daquele que sabe ser misericordioso para com os famintos, para com os nus, para com os que não tem casa, para com os miseráveis

- Revelado à Maria Valtorta

 

24.08.2016 - Hora desta Atualização - 10h15

Nota de www.rainhamaria.com.br

A Igreja Católica define de forma muito clara (CIC 65, 66) que a revelação pública, oficial, está concluída e é a que vemos nos livros canônicos da Bíblia. Corresponde à fé cristã compreender gradualmente seu conteúdo.

Isso não impede que haja revelações privadas (CIC 67), que não melhoram nem completam a Revelação definitiva de Cristo, mas sim podem ajudar a vivê-la mais plenamente em uma determinada época histórica. Ou seja, pode haver livros inspirados, mas não canônicos.

O especialista François Michel Debroise nos dá uma informação muito completa sobre o tema.

Maria Valtorta, mística italiana falecida em 1961, foi um exemplo de alma extraordinária com vida extraordinária. Foi uma das 18 grandes místicas marianas. Aos 23 anos, um anarquista a espancou com uma barra de ferro, deixando-a com limitações físicas. Ficou 9 anos de cama. E uniu todas as suas dores à paixão de Jesus.

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Seu confessor, ao ver a grandeza dessa alma, pediu-lhe que escrevesse sua biografia. Tudo isso aconteceu em plena guerra mundial. Depois de escrever sua biografia, de 1943 a 1950, ela começou a receber uma série de visões, que transcreveu em 17 volumes, entre eles sua obra mais conhecida e polêmica: “O Evangelho como me foi revelado”. Em 4800 páginas, ela relata a vida de Cristo, dia a dia.

O Papa Paulo VI apoiou a leitura da obra de Maria Valtorta, assim como o Padre Pio. A Madre Teresa de Calcutá era uma leitora assídua dos seus escritos. A celebração dos 50 anos da morte de Maria Valtorta foi acompanhado por altas personalidades da Igreja.

Do ponto de vista histórico, os biblistas se surpreendem com como uma pessoa que não teve estudos possa ter um conhecimento tão detalhado.

O leitor desta narração fica preso, porque a obra o introduz nas cenas da vida de Jesus como um espectador presente. É uma narração extraordinária do ponto de vista teológico, histórico e científico. (Fonte: Aleteia)

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"Feliz daquele que sabe ser misericordioso para com os famintos, para com os nus, para com os que não tem casa, para com os miseráveis".

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Diz Jesus:

"Feliz serei eu, se for misericordioso". Quem é entre os homens o que pode dizer: "Eu não preciso de misericórdia?" Ninguém. Pois bem, se até na Antiga Lei está dito: "Olho por olho e dente por dente" por que se não há de poder dizer na Nova assim: "Quem for misericordioso, encontrará misericórdia"? Todos precisam de perdão. Pois bem ! Não é a fórmula e a forma de um rito, figuras externas concedidos por causa da opaca mentalidade humana, não são elas que obtém o perdão. Mas é o rito interno do Amor, isto é, o rito da misericórdia. Porque, se foi imposto o sacrifício de um bode ou de um cordeiro e a oferta de algumas moedas, isto foi feito porque na base ele todo mal ainda se encontram duas raízes: a avidez e a soberba. A avidez é punida com a despesa para a aquisição da oferta; e a soberba com a evidente confissão daquele rito: "Eu celebro este sacrifício, porque pequei." Também se fez isso para percorrer os tempos e os sinais dos tempos e, no sangue que se espalha, está a figura do Sangue que vai ser derramado para cancelar os pecados dos homens. Feliz, pois, daquele que sabe ser misericordioso para com os famintos, para com os nus, para com os que não tem casa, para com os miseráveis de misérias ainda maiores, que são as de possuir maus caracteres, que fazem sofrer a quem os tem e aos que com eles convivem.

Tende misericórdia. Perdoai, compadecei-vos, socorrei, instruí, amparai. Não vos fecheis em uma torre de cristal, dizendo: "Eu sou puro, e não desço ao meio dos pecadores".

Não digais: "Eu sou rico e feliz e não quero ouvir falar das misérias dos outros".

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Tomai cuidado, porque, mais depressa do que a fumaça, que se dissipa no ar por algum forte vento, pode desvanecer-se também a vossa riqueza, a vossa saúde, o vosso bem-estar familiar.

E lembrai-vos de que o cristal serve de lente, e aquilo que, misturando-vos com a multidão, podia passar inobservado, se vos colocardes numa torre de cristal, sozinhos, separados, recebendo luz de todos os lados, já o não podeis conservar escondido. Misericórdia também para levar a termo um sacrifício de expiação secreto e continuo para com ele obter misericórdia.

"Feliz de mim, se eu for puro de coração."  Deus é pureza. O Paraíso é um Reino de Pureza. Nada de impuro pode entrar no Céu, onde está Deus. Por isso, se fordes impuros, não podereis entrar no Reino de Deus. Mas. Oh! Que alegria! É uma alegria antecipada, que o Pai concede aos filhos! Quem é puro já tem, desde esta terra, um começo do Céu, porque Deus se inclina para o puro, e o homem daqui da terra já vê o seu Deus. Ele não conhece o sabor dos amores humanos, mas experimenta, até ao êxtase, o sabor do amor divino, podendo dizer: "Eu estou contigo, e Tu estás em Mim, por isso eu te possuo e conheço como esposo amabilíssimo de minha alma. "E, crede-o, quem possui a Deus, tem também em si mesmo mudanças substanciais inexplicáveis, pelas quais ele se torna santo, sábio, forte, e sobre seus lábios florescem palavras, e seus raios assumem poderes, que não são, não, da criatura, mas de Deus que vive nela.

Que é a vida daquele que vê a Deus? É felicidade. E quereríeis privar-vos de tão grande dom, por causa de fétidas impurezas?

"Feliz de mim, se eu for perseguido por amor da Justiça. "O homem é tão endemoninhado que odeia o bem onde quer que ele se encontrei, que odeia a quem é bom, como se, por ser bom, mesmo que esteja calado, o esteja acusando e censurando. De falo a bondade de alguém faz com que apareça ainda mais preta a maldade do malvado. De falo, a fé de quem verdadeiramente crê, faz que apareça mais viva a hipocrisia do que só finge crer. E, na verdade, não pode deixar de ser odiado pelos injustos quem, com seu modo de viver, é uma testemunha constante da justiça. E, então, acontece que o mau se enfurece contra os amigos da justiça. Também aqui acontece como nas guerras. O homem progride na arte satânica de perseguir, muito mais do que progride na arte santa de amar. Mas, só pode perseguir quem tem vida curta. Pois o eterno, que existe no homem, escapa da armadilha, e até, pela perseguição, adquire uma vitalidade ainda mais vigorosa. A vida foge daquelas feridas que abrem as veias ou pelos sofrimentos que vão consumindo o perseguido. Mas o sangue faz a púrpura do futuro rei e os sofrimentos são como outros tantos degraus para subir aos tronos que o Pai preparou para os seus mártires, para os quais estão preparados os tronos régios do Reino dos Céus.

"Feliz eu serei, se for ultrajado e caluniado. "Fazei somente que vosso nome possa ser escrito nos livros do Céu, nos quais não estão marcados os nomes, conforme as mentiras humanas, ao louvar aos que menos merecem louvor. Mas neles, com justiça e amor, estão escritas as obras dos bons, para dar-lhes o prêmio prometido aos benditos por Deus. Antes de nosso tempo, foram caluniados e ultrajados os Profetas. Mas, quando forem abertas as portas dos Céus, eles entrarão na Cidade de Deus, com a imponência de reis, e, diante deles, se inclinarão os Anjos, cantando cheios de alegria. E vós também, sim, e vós também, ultrajados e caluniados por terdes sido de Deus, tereis o triunfo no Céu e, quando o tempo terminar e completo estará o Paraíso, então, sim, todas as lágrimas serão por vós bem estimadas, porque por elas é que tereis conquistado esta glória eterna, que Eu, em nome do Pai, vos prometo.

Ide. Amanhã eu vos falarei ainda. Fiquem aqui agora somente os doentes para que Eu os socorra em seus sofrimentos. A paz esteja convosco, e a meditação sobre a salvação, através do amor, vos encaminhe pela estrada, cujo fim é o Céu."

(O Evangelho como me foi Revelado – Maria Valtorta, Vol 3 pgs, 86,87,88,89)

Fonte: www.provasdaexistenciadedeus.blogspot.com.br  (do amigo Antonio Calciolari)