Abraçando o impossível: Deus pede a cada um o impossível que mais convém à sua alma

30.05.2015 -

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Se há algo de curioso nos pontos em comum dos vários chamamentos de Deus na Bíblia e na vida dos santos é, sem dúvida, o “abraço no impossível”. Parece fazer parte da pedagogia do Deus dos Impossíveis exigir daquele que Ele chama este abraço radical que levará a dois do fundamentos básicos para o “sim” à vontade de Deus: um esvaziamento total e radical de si mesmo e, ao mesmo tempo, a entrega e confiante à vontade de Deus.

Quem foram os grandes eleitos de Deus na Bíblia? Quais as características de personalidade? Como se deu com cada um, este tão imensamente difícil e libertador abraço no impossível”?

“Deixa!”

“Deixa!” Foi esta a primeira palavra que Deus disse a Abrão. Deixa! O que Deus pedia para o caldeu Abrão deixar? Basicamente a mesma coisa que Jesus pediria aos seus, séculos mais tarde: terra, família, a casa do pai. O Deus dos Impossíveis pedia a Abrão que deixasse tudo. Não teria mais pátria, nem a terra que ele conhecia tão bem e que o mantinha. Não teria mais o apoio seguro da presença da família, que provavelmente nunca mais veria, nem a tradição do clã, ao qual jamais voltaria. (Gn 12,1-4)

“Deixa”, diz Deus a Abrão. Em troca de quê? De promessas. Abrão calou-se e obedeceu. Séculos mais tarde, o intempestivo Pedro não se calaria: “Vê, nós abandonamos tudo e te seguimos”(Mt 19,27-29). O Deus dos Impossíveis lembra que é também o Deus das Promessas e responde com a mesma garantia dada a Abrão: a promessa do cêntuplo, com tribulações, e a vida eterna.

Abrão obedeceu. Resolveu abraçar o impossível. Sabia que ele e Sarai eram idosos e que ela era estéril. Sabia que devia obedecer não apenas por causa da promessa, mas, muito especialmente por causa daquele que o chamava. O autor do Gênesis reserva para o capítulo 15 o momento da pergunta de Abrão, cuja fé havia já sido provada no sofrimento da fome e da seca, na humilhação do Egito, na desfio da guerra. Mesmo sabendo que, aqui o Gênesis não segue uma cronologia, pode-se contemplar Abrão, provado pela tribulação, que argumenta: “Senhor Javé, o que me darei vós?” (Gn 15,2)

Você sabe a resposta. O Senhor dá a Abrão uma promessa impossível ao velho marido da estéril Sarai: “Levanta os olhos para os céus, e conta as estrelas, se és capaz… Pois bem, ajuntou ele, assim será a tua descendência (Gn 15,5). Abrão não mais argumentou: “confiou no Senhor e o Senhor lho imputou para justiça”(Gn 15,6). Na nossa linguagem, diríamos: “o Senhor viu nesta atitude de Abrão uma prova de confiança e santidade e fez com que este ato de fé se transformasse em graças em favor daquele que seria “pai de uma multidão”. (Gn 17,4)

A confiança de Abrão nas promessas de Deus levou-o a selar com Ele um pacto pela circuncisão da carne. A confiança do nosso intempestivo Pedro, levou-o a selar com Deus uma aliança nova e eterna, no sangue de Jesus Cristo.

A maior parte dos santos não se apoiou em outra promessa que não a promessa bíblica do cêntuplo e não foi guiada por outra motivação que não a do amor a Deus.

“Moisés, Moisés!”

“Moisés, Moisés!”. Com estas palavras, o Deus que costuma chamar Seus filhos pelo nome interpela Moisés. Séculos mais tarde, interpela da mesma maneira o grande Paulo: “Saulo, Saulo!” o que ordenou o “Eu Sou” a Moisés? Naturalmente, o impossível: “Vai, eu te envio ao Faraó para tirar do Egito os israelitas, meu povo” (Ex 3,10).

E ao altivo Saulo, homem intelectualizado, conhecedor das culturas helênica e judaica, cidadão romano a quem ninguém ousava enfrentar, o que ordenou aquele a quem Saulo perseguira e agora chamava “Senhor” (At 9,5) ? O que queria aquele Senhor que o valente Saulo, preparado para qualquer desafio, fizesse? Nada! Pelo menos, da sua auto-suficiência. Instruído minuciosamente pelo Senhor para levantar-se, entrar na cidade e esperar novas ordens, Saulo se vê cego e, portanto, impotente para cumprir a ordem que lhe fora dada. Deus, novamente, pede o impossível e Saulo, tomado pela mão, é introduzido em Damasco, tendo passado três dias sem ver, sem comer nem beber, esperando, em tremendo desconforto, que fosse cumprida a promessa de que lhe “seria dito” o que deveria fazer (At 9,1-9)

“Quando o Espírito Santo Deseja Algo, Sempre Realiza” ( S. Cura D’ars)

Observando da ótica do Deus dos Impossíveis, poderíamos percorrer cada um dos grandes homens da Bíblia e perceber a presença do trinômio: “chamado – impossível – promessa”. O mesmo ocorreria se víssemos a vida dos santos. O “Reconstrói a minha Igreja” era tão impossível a Francisco que ele nem consegue atinar o seu significado e confunde Igreja com a igreja de S. Damião. No entanto, ainda que inocente sobre o plano total de Deus, Francisco, como Abrão, como Pedro, como Moisés e Paulo, deu cada um pequeno passo de obediência e fé, e a graça de Deus caiu sobre a Igreja sob a forma do franciscanismo, renovando – a.

A reforma da secular Ordem Carmelita não seria impossível a uma “formigazita”, a uma “mulherzita”, como Sta. Teresa de Jesus se intitula? Teresa não vislumbrou aonde conduziria a Sua obra.

Sentia, a realidade, a “despreocupação de tudo quanto não fosse servi-lo”(Fundações, Capítulo I). Deu, no entanto, o passo na fé que lhe pedia o Deus dos Impossíveis, confiada, inteiramente, na Sua graça e fidelidade.

A maior parte do santos não se apoiou em outro promessa que não na promessa bíblica do cêntuplo e não foi guiada por outra motivação que não a do amor a Deus. No entanto, permanece o trinômio “chamado – impossível – promessa” ao qual cada um responde como amor obediente a Deus e a fé confiante em Sua fidelidade.

Claro, tudo isso nada mais é que a correspondência à graça, ao Espírito que lhes trabalha na alma, pois, “quando o Espírito deseja algo, sempre o realiza”.

“Senhor, eu te dou tudo… E eu te peço tudo!”

Alguém no mundo jamais recebeu ou receberá chamado tão impossível como o de Maria? Alguém jamais terá ouvido promessa tão improvável? Alguém terá jamais respondido com tamanha fé e simplicidade?

“A Deus nenhuma coisa é impossível"(Lc 1,37), afirma o Arcanjo Gabriel resumindo em uma frase a explicação da ação fiel da graça de Deus em milênios da história da Salvação. O Deus dos Impossíveis foi tecendo, ao longo dos “sim” dos homens. “sim” ora titubeantes e medrosos, ora corajosos, arrojados, impetuosos, mas sempre “sim”. Na verdade, Deus precisa apenas deste “Sim” inicial, porque, de resto, tudo é graça que o renova revitaliza e conduz para o centro da Sua vontade`.

“Fiat!”, disse Maria, na palavra que resume, ecoa e eleva a píncaros insondáveis todos os “fiat” de todos os tempos. Resume o “Pai, é difícil, mas eu creio, eu quero, eu vou”, porque Tu queres, eu quero. Resume ainda a entrega daqueles que têm a graça de unir a generosidade à humildade; a entrega ao abandono, em uma “humilde rendição a Deus”.

Deus, na verdade, pede a cada um o impossível que mais convém à sua alma. No entanto, em todos os “impossíveis” que pede, está sempre presente a exigência da entrega, da humildade, do abandono de si mesmo. O orgulho e a auto-suficiência consistem nos maiores empecilhos para que seja feita a vontade de Deus na vida de alguém. “Confiar em si mesmo não é somente conservar a consciência e a propriedade do próprio ser. É, ainda que inconscientemente, erigir-se como princípio último de seus próprios atos, afirmar, prática, sua independência, confrontando-a ao ser de Deus. A alma que confia em si não tem como estar perfeitamente submissa e nem, por conseguinte, pode amar”. Como abraçar o impossível se confia apenas em si mesmo, se considera como princípio último dos próprios atos a sua própria força e potência? Não foi à toa que Deus precisou deixar Paulo cego!

Deus, na verdade, pede a cada um o impossível que mais convém à sua alma

Consciente de sua inteira incapacidade e pobreza, Pe. Jacques Marin orou, no momento de sua entrega a Deus: “Senhor, eu te dou tudo… e eu te peço tudo”. É como se orasse: Eis aqui o meu “Seja feita”, mas vê bem, é voz passiva! Não sou eu quem farei, é tu quem farás em mim e por mim, para que vejam a Tua glória”. Quem pensa assim diz com Maria “realizou em mim maravilhas Aquele que é poderoso e cujo nome é Santo Sua Misericórdia se estende, de geração em geração sobre os que o temem. Manifestou o poder do seu braço”(Lc 1, 49ss). Quem tem esta convicção sincera da própria impotência diante do chamamento de Deus – e age e m coerência com Ela! – abraça o impossível.

Deus, Drama e Solução

“Deus, Drama e Solução” é o título do segundo capítulo do livro de Maximiliano Herraiz Garcia “Solo Dios Basta”.

Olhando nossos irmãos que durante toda a história da salvação e da Igreja abraçaram o impossível, reconhecemos a veracidade e adequação desta expressão. Deus foi o seu drama, diríamos, até, seu “problema”, mas foi também , sua única e felicíssima solução!

Abrão, Moisés, José, Samuel, Judite, Rute, Ester, Davi, Elias, Isaias, Oséias, certamente concordaram com esta afirmação. José, João Batista, Maria, Pedro, Felipe, André, Barnabé, João, Saulo, testemunham-na com suas vidas. Os santos a retratam; sua vida é Deus, está inseparável e intrinsecamente ligada à Vida d’Ele e n’Ele. Jeremias, porém, resume-a magistralmente:

“Seduziste-me, Senhor; e eu me deixei seduzir! Dominaste-me e obtiveste triunfo”.  (Jr 20,7)

Incompreendido, caluniado e perseguido por causa de Deus, Jeremias tem n’Ele o seu problema e a sua solução depois, quando a opção por Deus entra pelo caminho da aceitação humilde, do amor desinteressado, do abandono confiante e do despego efetivo, ainda que pobre nos começos, dos amores que haviam resistido ao "Amor”.

A Solidão Necessária

Jeremias viu-se só e, na solidão e dor, optou fundamental e definitivamente por Deus. O mesmo fizera Davi no silêncio da caverna onde poderia ter optado por si mesmo e matado Saul. Davi e Jeremias partilham da solidão necessária para o “sim” fundamental e incondicional, crescente e irreversível, responsável e consciente a Deus. O abraço no impossível é, necessariamente, solitário. Seu itinerário é tão exigente e doloroso quanto mais agudas as arestas que o Oleiro precisar moldar.

Daí ser fundamental retirar-se para o “Horeb” e lá, em oração humilde e paciente, “afinar” cada vez mais os ouvidos da alma para poder perceber a vontade de Deus no “murmúrio da brisa ligeira”( I Rs 19) Sem a oração não conhecemos a Deus. Se não O conhecemos, não temos como confiar n’Ele. Moisés precisou ir “para além do deserto” de sua curta visão para encontrar a sarça. Oséias e João Batista foram levados ao deserto. Cada santo, cada um deles, contou com o auxílio da oração e, pela oração conheceu e encontrou a Deus e a Sua vontade. Na oração, encontramos resposta e força para, na solidão do encontro frente a frente com Deus, abraçarem o impossível.

Não há como não evocar aqui José, que encontra, na solidão mais absoluta, a resposta e orientação de Deus:“Filho de Davi, não temas… Maria concebeu do Espírito Santo… é a Virgem de Israel que dará à luz o Messias, filho de Deus”(cf Mt 1,20ss). José, repentinamente arrebatado a um deserto de angústia, dúvida e solidão, encontra a resposta no seu Deus, a quem certamente invocara embora, por sua decisão humana, houvesse resolvido “rejeitar Maria secretamente”. A resposta de Deus àquele homem justo superou em amor sua generosidade lícita de poupar Maria. Deus sempre dá uma resposta mais adequada ao amor àquele que, na solidão, O escuta.

O Abraço no Caminho Mais Excelente

Pelos séculos afora, Deus tem sido o problema e a solução de todo aquele que O ama. A estes homens e mulheres chamados a amá-lo acima de tudo, Deus propõe o abraço do impossível. A eles oferece uma promessa, na qual devem confiar por causa de Quem a faz. Seduzidos pelo Amor, confiam naquele que os ama e obedecemos. Nem têm mais diante de si a promessa, mas somente o desejo de amar mais e melhor.

O Espírito, que sempre realiza o que deseja, leva-os a mar cada vez mais a Deus e ter na vivência deste amor seu principal problema e sua principal solução.

E quem a Deus ama, ensina Jesus, prova este amor pela obediência à Sua vontade (cf Jo 14,21-24). A estes amantes obedientes Deus dá o Espírito Santo porque obedecem (cf. At 5,32). O Espírito, que sempre realiza o que deseja leva-os a amar cada vez mais a Deus e ter na vivência deste amor seu principal problema e sua principal solução. Impulsionados a amar a Deus, íntimos dele na solidão da oração, entendem profundamente o “Amai-vos como eu vos amo”(Jo 15,12). Entendem-no porque o experimentem, sabem como é que Deus ama, conhecem na própria vida a maneira dele amar. Podem, assim, cumprir, nas diversas formas de chamamento, o único carisma comum a todas as vocações e abraçam, impotentes, humildes e generosos, o impossível de amar a Deus e ao homem como são amados pelo fiel Deus dos Impossíveis. Deixam, assim seus passos de luz no caminho que abraçaram, o “mais excelente de todos”.

Fonte: www.sinaisdoreino.com.br

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Nota de www.rainhamaria.com.br

Lembrando o Artigo Publicado em maio de 2014

Aos homens isto é impossível, mas a Deus tudo é possível. (São Mateus 19, 26)

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Por Dilson Kutscher

Interessante como muitos dizem que acreditam em DEUS, se declaram cristãos e católicos, mas na sua rotina diária, DEUS é quase sempre deixado em segundo planoAs prioridades mundanas dos homens vem primeiro, depois, caso ainda se lembrem, vem o pensamento e a lembrança em DEUS.

Interessante como a maioria dos homens por causa de uma enfermidade, infortúnio, problema, tristeza e momentos de angústia, estes mesmos homens que deixavam DEUS para segundo plano, o colocam imediatamente em primeiro plano em suas vidas.

A maioria lembra de DEUS infelizmente somente nos momentos de grande provação pessoal. Pedem ao SENHOR por um milagre para sua família, seu filho, neto, pai, avó, irmão, enfim...

Mas, talvez, nunca tenham falado ao seu ente querido sobre a importância de conhecer e honrar a DEUS Pai, Filho e Espirito Santo.

Como alguém da sua familia poderá acreditar num “deus” desconhecido em seus corações?

"Percorrendo a cidade e considerando os monumentos do vosso culto, encontrei também um altar com esta inscrição: A um Deus desconhecido. O que adorais sem o conhecer, eu vo-lo anuncio!" (Atos dos Apóstolos 17, 23)

Como poderão ter a fé que “move montanhas” e operar um milagre se desconhecem verdadeiramente o Poder de DEUS?

"Em verdade vos declaro que, se tiverdes fé e não hesitardes, não só fareis o que foi feito a esta figueira, mas ainda se disserdes a esta montanha: Levanta-te daí e atira-te ao mar, isso se fará"... (São Mateus 21, 21)

Neste mundo materialista, onde se paga para morar, comer, beber, vestir, andar por estradas, ter saúde e até morrer , DEUS somente vós pede a fidelidade do vosso coração. Ninguém verdadeiramente poderá confessar que acredita em DEUS se no seu coração mantem sepultado um “deus desconhecido e morto”.

"Ora, Deus não é Deus dos mortos, mas dos vivos; porque todos vivem para ele". (São Lucas 20, 38)

"Tomai precaução, meus irmãos, para que ninguém de vós venha a perder interiormente a fé, a ponto de abandonar o Deus vivo". (Hebreus 3, 12)

Este DEUS VIVO chama você a andar também sob as águas como andou Sâo Pedro.

Porém, diante das provações deste mundo, é preciso ter fervorosa fé e acreditar sem duvidar neste DEUS VIVO e Presente no teu coração, pois, diz a Sagrada Escritura:

"Pedro tomou a palavra e falou: Senhor, se és tu, manda-me ir sobre as águas até junto de ti! Ele disse-lhe: Vem! Pedro saiu da barca e caminhava sobre as águas ao encontro de Jesus. Mas, redobrando a violência do vento, teve medo e, começando a afundar, gritou: Senhor, salva-me!

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No mesmo instante, Jesus estendeu-lhe a mão, segurou-o e lhe disse: Homem de pouca fé, por que duvidaste?" (São Mateus 14, 28 –21)

De hoje em diante, passe o SANTO NOME DE DEUS na frente de todas as coisas mundanas. Outros poderão lhe dizer que certas coisas são impossíveis ao seu pedido ao DEUS Altissimo, mas na Sagrada Escritura diz:

"Jesus olhou para eles e disse: Aos homens isto é impossível, mas a Deus tudo é possível". (São Mateus 19, 26)

"Pedi e se vos dará. Buscai e achareis. Batei e vos será aberto.
Porque todo aquele que pede, recebe. Quem busca, acha. A quem bate, abrir-se-á". (São Mateus 7, 7-8)

"Referi-vos essas coisas para que tenhais a paz em mim. No mundo haveis de ter aflições. Coragem! Eu venci o mundo". (São João 16, 33)

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