Sinal dos Tempos: Homem e boneca de silicone vivem história de amor

18.09.2015 - Ao pesquisar sobre o tema “bonecas de silicone” na Internet, Sandra Hoyn descobriu um artigo francês que as descrevia como muito mais do que brinquedos sexuais, capazes de preencher o vazio de uma vida solitária. Num fórum online, Sandra conseguiu convencer um homem para ser não só entrevistado mas fotografado na sua vida privada e secreta com uma boneca, desde que o seu rosto não aparecesse, nem o seu nome verdadeiro. Dirk (nome falso) tem 40 anos e já foi casado, mas as suas relações não foram felizes.

Há quatro anos que vive com uma boneca de silicone – Jenny – que lhe custou 6 mil euros. “Com as minhas ex-mulheres tinha sempre de lutar por amor, mas com a Jenny isso não acontece, sinto-me em paz”, disse Dirk a Sandra. Dirk criou a sua rotina com Jenny.

Todos os domingos dá-lhe banho e todos os dias vêem televisão ao fim da tarde.

n/d

.A boneca é a sua melhor terapia, após ter sofrido um colapso psicológico. Dirk fala com ela, desabafa e acredita que Jenny se preocupa, que o ouve e muitas vezes, responde.

n/d

Apesar de saber que ao expor a sua vida secreta poderia ser julgado e criticado, a vontade de partilhar a sua história foi maior. "A Jenny conforta-me. É a melhor terapia para mim.

n/d

Mudou completamente a minha vida, o meu pensamento, a minha definição de liberdade, de amor e vida a dois".

n/d

A vida de Dirk com Jenny só existe dentro de casa. Os estores estão muitas vezes fechados para que os vizinhos não consigam ver para o interior e quando recebe visitas esconde a boneca no quarto.

n/d

Nem o seu filho nem a sua ex-mulher têm conhecimento da existência de Jenny. "É uma pena que eu nunca possa sair de casa com a Jenny. Às vezes gostava de ir com ela ao cinema".

(reparem que o sr. Dirk é cristão, tem até o crucifixo na parede do quarto)

n/d

Fonte: UOL noticias

=============================

Nota de www.rainhamaria.com.br

Lembrando o artigo publicado em 18.03.2011

O Professor José Antônio Oliveira de Resende, da Universidade Federal em São João Del-Rey (MG) faz um depoimento interessante. Ele descreve alguns hábitos familiares de outrora, ainda perfumados pelo que restava de civilização cristã, e hoje desaparecidos, submersos que foram pela enxurrada do paganismo moderno.

Fala-nos das visitas que as famílias se faziam, e que constituíam costume ainda na década de 1950. Vinham impregnadas daquele prazer inocente da família católica, como resto ainda vivo da civilização cristã outrora pujante. Vamos ao texto.

* * *

Nossas casas vão se transformando em túmulos sem epitáfios e vivemos sós!

n/d

“Sou do tempo em que ainda se faziam visitas. Lembro-me de minha mãe mandando a gente caprichar no banho, porque a família toda iria visitar algum conhecido. Íamos todos juntos, família grande, todo mundo a pé. Geralmente, à noite.

E os donos da casa recebiam alegres a visita: ‘Vamos nos assentar, gente! Que surpresa agradável!’

A conversa rolava solta na sala. Meu pai conversando com o compadre, e minha mãe de papo com a comadre. Retratos na parede, duas imagens de santos numa cantoneira, flores na mesinha de centro, casa singela e acolhedora. A nossa também era assim.

Também eram assim as visitas, singelas e acolhedoras. Tão acolhedoras, que era também costume servir um bom café aos visitantes. Como um anjo benfazejo, alguém lá da cozinha, geralmente uma das filhas, dizia: Gente, vem aqui pra dentro, que o café está na mesa.

O café era apenas uma parte: pães, bolo, broas, queijo fresco, manteiga, biscoitos, leite… tudo sobre a mesa.

Pra que televisão? Pra que rua? Pra que droga? A vida estava ali, no riso, no café, na conversa, no abraço, na esperança…Era a vida respingando eternidade nos momentos que acabam….era a vida transbordando simplicidade, alegria e amizade…

Quando saíamos, os donos da casa ficavam à porta até que virássemos a esquina. Ainda nos acenávamos. E voltávamos para casa, caminhada muitas vezes longa, sem carro, mas com o coração aquecido pela ternura e pela acolhida. Era assim também lá em casa. Recebíamos as visitas com o coração em festa. A mesma alegria se repetia. Quando iam embora, também ficávamos, a família toda, à porta. Olhávamos, olhávamos… até que sumissem no horizonte da noite.

O tempo passou, e me formei em solidão. Para isso tive bons professores: televisão, vídeo, DVD, e-mail…

Cada um na sua, e ninguém na de ninguém. Não se recebe mais em casa, e as casas vão se transformando em túmulos sem epitáfios, que escondem mortos anônimos e possibilidades enterradas. Cemitério urbano, onde perambulam zumbis e fantasmas mais assustados que assustadores".