Conselho da Europa Investiga França por Abuso contra Apoiadores do Casamento

 

Wendy Wright
NOVA IORQUE, EUA (C-FAM) A França está sendo investigada por um conselho europeu por seu abuso policial contra pacíficos manifestantes pró-casamento.
O Conselho da Europa está enviando investigadores para a França para investigar a violência governamental contra as pessoas que se opõem a uma nova lei que permite o casamento de mesmo sexo. O Conselho também aprovou uma resolução reafirmando a liberdade de reunião e expressão, citando a violência contra os apoiadores do casamento na França “inclusive o uso de gás lacrimogênio em manifestantes pacíficos.”
O Comitê Monitorador mantém os membros do Conselho da Europa sob prestação de contas, principalmente com relação a direitos humanos. Esse comitê recebeu apenas 7 petições desde que foi estabelecido em 1997. O processo poderia levar a sanções contra a França.
A resolução que foi aprovada em 27 de junho nota que as manifestações pró-casamento em Paris envolveram mais de 2 milhões de pessoas.
Vídeos de policiais batendo em apoiadores do casamento estão circulando na internet. Os críticos acusam a França de prender arbitrariamente as pessoas — até mesmo os transeuntes — para reprimir a liberdade de expressão.
Um documentário mostra um amontoado de policiais dizendo: “Ele está calmo e quieto. Vamos atacá-lo por trás. O idiota nem perceberá o que está acontecendo.” Cinco policiais então partem rapidamente para cima de um jovem e o prendem.
Outro mostra Christine Boutin, ex-ministra de governo sob o ex-presidente francês Nicholas Sarkozy e o atual presidente do Partido Democrático Cristão, derrubada ao chão com gás lacrimogênio.
Nicolas-Bernard Busse, um estudante de 23 anos sentenciado a quatro meses de cadeia, está sendo mantido em confinamento solitário enquanto está aguardando seu recurso.
O presidente Francois Hollande introduziu o projeto de lei de casamento homossexual em outubro. Centenas de manifestações ocorreram desde novembro, com três imensos comícios em Paris. Manifestações improvisadas saúdam Hollande e suas autoridades em suas viagens.
Pequenas vigílias estão também sendo tratadas com respostas desproporcionais, de acordo com um relatório do Centro Europeu de Lei e Justiça (CELJ).
Quando o ministro de estado da França visitou uma faculdade local, quinze manifestantes, principalmente mulheres e crianças, foram confrontados por um grande número de policiais. Policiais derrubaram uma mulher ao chão e bateram nela. Uma mocinha deficiente também foi atacada, deixando-a sem condições de trabalhar por dez dias.
Cerca de 30 pessoas foram feridas em outra manifestação. Um testemunho vivido relatou:
“Um jovem negro é perseguido pela polícia. Em sua corrida, ele está completamente só, e portanto não representa risco nenhum, considerando o grande número de policiais presentes. Ele é apanhado rapidamente. Ele é atirado ao chão com extrema brutalidade e é surrado de forma selvagem. Sua cabeça parece esmagada pelas pernas e joelhos dos policiais que o cercam. Ele sangra. Ele encontra a força para continuar gritando, com uma voz mais e mais fraca: ‘Hollande… Sua lei… não a queremos.’ Só até que a voz dele pare, aparentemente por causa do chute da bota de um policial que esmagou a boca dele. Ele é finalmente arrastado a um carro em que ele é jogado como um pacote qualquer.”
Luca Volonte, ex-membro do Conselho da Europa, e do CELJ, que compilou testemunhos de 100 vítimas, apresentou a evidência ao Conselho. Mais de vinte deputados de diferentes partidos e nacionalidades apresentaram a resolução.
Famílias, idosos e pessoas solteiras compõem todos os protestos, que são animados. Proeminentes líderes incluem homossexuais que frisam que as crianças precisam de uma mãe e de um pai.