Rezando, filipinos encaram pesada tarefa de reconstrução do país

 

Sobreviventes de tufão reuniram-se em igrejas destruídas neste domingo.
Ajuda humanitária começa a chegar, mas ainda há pessoas sem comida.

Da Reuters

 

Neste domingo, fieis se reuniram na  Igreja de Santo Niño em região afetada pelo tufão Hiyan, nas Filipinas. (Foto: Reuters/Edgar Su)

Neste domingo, fieis se reuniram na Igreja de Santo Niño em região afetada pelo tufão Hiyan, nas Filipinas. (Foto: Reuters/Edgar Su)

Os sobreviventes do tufão Haiyan se reuniram neste domingo (17) em igrejas destruídas, ajoelhando-se em prece sob telhados dilacerados enquanto as Filipinas encaram uma enorme tarefa de reconstrução do país após a tempestade que matou pelo menos 3.681 pessoas e deslocou 4 milhões.

Na Igreja Santo Niño, perto da orla marítima na cidade plana de Tacloban, os pássaros voavam entre as vigas enquanto as mulheres se moviam entre as fileiras de bancos coletando doações. Ao final da missa, a congregação católica romana irrompeu em aplausos.

Rosario Capidos, de 55 anos, sentou-se chorando em uma fileira, abraçando seu neto de 9 anos, Cyrich. Ela estava abrigada em casa com outros nove membros de sua família quando o tufão Haiyan chegou, no dia 8 de novembro. Quando a água começou a subir, ela levou seus três netos pela água sobre uma plataforma de isopor através de uma estrada inundada e cheia de detritos até um templo chinês próximo.

A fiel Anita Madirazo Villanueva reza na Igreja de Santo Niño, em Tacloban, nas Filipinas (Foto: Reuters/Edgar Su)

"É por isso que estou chorando", ela disse. "Eu agradeço a Deus por ter tido uma segunda chance para viver".

Um esforço massivo de recuperação está finalmente começando a funcionar, nove dias depois de um dos mais poderosos tufões ter atingido a região, com ventos monstruosos e uma tempestade mortal de água do mar.

As autoridades filipinas e agências de ajuda internacionais estão diante de uma crise humanitária crescente, com o número de pessoas deslocadas estimado em 4 milhões. Quase meio milhão de casas foram danificadas pela tempestade, metade delas destruídas, de acordo com a ONU.

Enquanto pacotes de ajuda começaram a chegar a regiões mais remotas, a ONU afirma que ainda há pessoas passando fome nas regiões montanhosas. Informações sobre várias províncias a oeste da região de Visayas permanecem limitadas, com 60% das pessoas nas cidades do nordeste da província de Capiz com necessidade de suprimento de comida.

"Eu permaneço preocupada com a saúde e o bem-estar de milhões de homens, mulheres e crianças que estão em necessidade", diz Valerie Amos, chefe humanitária da ONU, em uma declaração.

O presidente Benigno Aquino, pego de surpresa pela escala do desastre, deve visitar as áreas afetadas neste domingo. Ele tem sido criticado pela demora na distribuição de ajuda. Há 1.186 pessoas desaparecidas, de acordo com a conta nacional. O número oficial de mortos subiu em apenas 60 pessoas desde sexta-feira, dando esperança de que a estimativa inicial de 10 mil mortes havia sido exagerada.