Nascemos de novo, neste Natal é aniversário, diz sobrevivente de acidente de ônibus em SP

 

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A montadora de produção Patricia Maria da Silva, de 36 anos, uma das vítimas do acidente de ônibus que deixou 16 mortos na Rodovia Régis Bittencourt, em São Lourenço da Serra, na madrugada de domingo (22), diz que "nasceu novamente". Ela saiu de Curitiba (PR) e ia passar as festas de fim de ano no Rio de Janeiro, acompanhada pelo marido e dois filhos.

“Nascemos de novo. Esse Natal que vem aí, se Deus quiser, é aniversário para todosnós da minha casa porque não foi fácil. Até agora, eu fecho os olhos e eu vejo o pessoal gritando, criança chorando”, conta emocionada a vítima, que levou pontos na perna. Com o olho inchado e ferimentos pelo corpo, provocados pelo impacto da batida, Patricia precisou do auxílio de uma cadeira de rodas para visitar na manhã desta segunda-feira (23) o marido e um filho que estão internados no Hospital Geral de Itapecerica da Serra.

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Número de mortos em acidente com ônibus é de 16 pessoas.

Ela recebeu alta nesta manhã do Hospital de Pirajussara, na Grande São Paulo. Segundo a vítima, seu marido Jurandir Waldomiro Santos, de 43 anos, está em observação com um coágulo na cabeça e duas costelas quebradas. Seu filho Rodrigo dos Santos, de 18 anos, passou por uma cirurgia, pois perdeu parte do pé esquerdo, está com fratura na coxa e com pinos na perna. O jovem está na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), em estado estável.

“Foi tudo tão rápido. Eu fechei os olhos para dormir, quando eu senti aquele impacto, a gente batendo de tudo quanto é lado. Eu fui arremessada para fora e a um palmo da minha cabeça tinha um fio de alta tensão, estava chovendo. Meu filho e meu marido tomaram choques e acharam que iam morrer”, relata sobre os momentos do acidente. “É horrível ver a morte de perto”, completa. A vítima relata que precisou se segurar em um galho para não rolar pela ribanceira.

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Patricia também disse acreditar que o cinto de segurança da empresa falhou. “Eu estava com cinto, porém não estava travando. Porque, se tivesse em total segurança o cinto, eu não tinha sido arremessada para fora”, afirma ela.

O caminhoneiro Valdeci de Abreu, compadre de Maria Aparecida da Silva, de 59 anos, que morreu a caminho do hospital, veio visitar a filha da vítima, de 27 anos, que está internada em estado grave na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital de Itapecerica. “Ela não está nada bem e a mãe dela faleceu”, disse.

Além da mãe e filha, viajava para o Rio o neto de 1 ano e 8 meses, que teve ferimentos leves, foi liberado e passa bem. A jovem teve perfuração no baço e fratura exposta na perna. “Eu saí da minha casa e levei ela [minha comadre] para a rodoviária. Meu Deus do céu, levei ela para a morte, se soubesse não tinha levado”, lamenta Abreu, inconformado com a morte da madrinha do seu filho.

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Adriano Leal Lima, que perdeu o pai no acidente, veio de Curitiba e reclama da demora para a preparação do corpo da vítima na funerária após liberação do IML. A mãe permanece hospitalizada em outro hospital da Grande São Paulo. “O pai era tudo para a família, era o mais velho de sete irmãos”, conta o filho, que diz a vítima era uma pessoa muito alegre “Ele não tinha tristeza, a todo momento estava sorrindo, brincando”, lembra.

O veículo com 54 pessoas deixou Curitiba (PR) na noite do sábado (21) em direção ao Rio de Janeiro (RJ). De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), o acidente ocorreu por volta das 2h30 na altura do km 300 da rodovia, no sentido São Paulo. O ônibus da Viação Nossa Senhora da Penha saiu da pista, caiu na ribanceira de aproximadamente dez metros de altura e tombou ao bater no solo.

Fonte: G1

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