Mártires do Iraque: Se tiver que morrer protegendo a Igreja, eu o farei

 

21.06.2014 -

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Atrás de barricadas e aterrorizados, os cristãos da cidade iraquiana de Bartala se sentem cercados, à mercê de insurgentes sunitas que controlam a cidade próxima de Mossul, e abandonados pelo governo federal.

Bartala, que conta com 30.000 habitantes, se encontra a somente 20 km de Mossul (norte), segunda maior cidade do Iraque e a primeira a ter caído nas mãos dos insurgentes sunitas que lançaram na semana passada uma vasta ofensiva no país.

Desde que a polícia fugiu da cidade com a aproximação dos insurgentes, os habitantes só podem contar com uma força de aproximadamente 600 habitantes cristãos e os Peshmergas, as forças curdas, para protegê-los.

“O governo não se importa conosco, vimos como o exército fugiu e nos deixou condenados a uma morte certa”, declara Saba Yussef, uma moradora que abriga atualmente sua avó que fugiu de Mossul.

“Agora, confiamos em nossos guardas, nos Peshmergas e em Deus, pois não temos uma verdadeira proteção diante dos insurgentes, se eles vierem”, acrescenta ela.

“Para sermos honestos, estamos com medo. Sabemos que, se o EIIL decidir vir, eles vão tomar toda a cidade”, declara Milad Jibrael, fazendo referência ao Estado islâmico no Iraque e no Levante (EIIL) que conduz os insurgentes sunitas, tendo lançado desde 9 de junho uma ofensiva, tomando extensas partes de quatro províncias do país.

Com seu amigo de infância, Tahrir Mounir, ele faz parte de uma força local que protege as quatro igrejas da cidade.

“Ficarei aqui aconteça o que acontecer. Se tiver que morrer protegendo esta igreja, eu o farei”, acrescenta ele na igreja Maryam al-Adra.

BARRICADAS EM VOLTA DAS IGREJAS

Barricadas foram feitas em torno das igrejas da cidade, e pontos de controle mantidos por cristãos e pelos Peshmergas controlam os carros que entram em Bartala.

As forças estão mal armadas, mas isso não impede o responsável curdo local, Idriss Sorchi, de se declarar confiante quanto à sua capacidade de impelir um assalto de insurgentes.

“Podemos proteger esta cidade e nossas regiões”, afirma ele, assegurando que, assim como os insurgentes estão pesadamente armados, especialmente graças às armas abandonadas pelo exército iraquiano, os Peshmergas também têm recursos.

“Não entramos em Mossul, mas temos uma ordem de proteger esta zona e combater os insurgentes, se eles vierem”, declara ele no quartel general local de um partido político curdo, solicitado pela força Peshmerga que ele dirige.

Temendo um assalto insurgente, cerca de vinte famílias já fugiram de Bartala, onde a água e a eletricidade foram cortadas.

SITUAÇÃO DESASTROSA PARA OS CRISTÃOS

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Pequena cristã iraquiana da região de Mossul

Bernadette Bustros deixou Mossul com seu marido e seus cinco filhos depois de ter visto os insurgentes desfilar pelas ruas de seu bairro.

“Estávamos aterrorizados, e começamos a viagem a pé”, acrescenta ela, descrevendo o que, para ela, é a última reviravolta num longo pesadelo para os cristãos do Iraque, cujo número diminuiu mais da metade desde a invasão americana de 2003.

“Faz anos que nossa situação é desastrosa. Dois de meus irmãos foram sequestrados em 2008: um foi libertado, o outro foi assassinado”, declara ela.

“Agora, estamos cercados num conflito que não nos diz respeito”. 

“No tempo de Saddam Hussein (o ex-ditador derrubado em 2003), a gente sabia que havia um nome que não devíamos pronunciar”, se inflama seu irmão.

“Mas agora, sofremos a opressão do governo, a violência destes insurgentes, e não temos lugar algum para onde ir”.

Na igreja, Mounir faz a mesma constatação.

“Tivemos um ditador, depois um dirigente (na política) confessional, e agora estes insurgentes. Duvido que possam entrever um bom futuro no Iraque”.

Fonte: Dominus Est    e    www.rainhamaria.com.br

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Diz na Sagrada Escritura: (Um retrato escrito e profetizado do tempo que vivemos)

"Então sereis entregues aos tormentos, matar-vos-ão e sereis por minha causa objeto de ódio para todas as nações". (Mt 24,9)

"Quem nos separará do amor de Cristo? A tribulação? A angústia? A perseguição? A fome? A nudez? O perigo? A espada?" (Rm 8,35)

"Se o mundo vos odeia, sabei que me odiou a mim antes que a vós. Se fôsseis do mundo, o mundo vos amaria como sendo seus. Como, porém, não sois do mundo, mas do mundo vos escolhi, por isso o mundo vos odeia. Lembrai-vos da palavra que vos disse: O servo não é maior do que o seu senhor. Se me perseguiram, também vos hão de perseguir. Se guardaram a minha palavra, hão de guardar também a vossa. Mas vos farão tudo isso por causa do meu nome, porque não conhecem aquele que me enviou. Se eu não viesse e não lhes tivesse falado, não teriam pecado; mas agora não há desculpa para o seu pecado. Aquele que me odeia, odeia também a meu Pai". (João, 15,18-23)

"Quando o Cordeiro abriu o quinto selo, vi debaixo do altar as vidas daqueles que tinham sido imolados por causa da Palavra de Deus e por causa do testemunho que dela tinham dado.

Eles gritaram em alta voz: «Senhor santo e verdadeiro, até quando tardarás em fazer justiça, vingando o nosso sangue contra os habitantes da Terra?

Então foi dada a cada um deles uma veste branca. Também lhes foi dito que descansassem ainda algum tempo, até que ficasse completo o número dos seus companheiros e irmãos que iriam ser mortos como eles". (Apocalipse 6, 9 -11)