"Meu Filho, eu te dei ao mundo para luz e vida das nações, a fim de que lhes alcances a Salvação"

Considera como o Pai Eterno disse a Jesus Menino, no instante da sua Encarnação, estas palavras

 

16.12.2015 -

n/d

Dedi te in lucem gentium, ut sis salus mea usque ad extremum terrae — “Eu te estabeleci para luz das gentes, a fim de levares a minha salvação até à ultima extremidade da terra” (Is. 49, 6).

Muitos cristãos costumam neste tempo armar um presépio como representação do Nascimento de Jesus Cristo; mas bem poucos se lembram de preparar, com atos de amor, o seu coração a fim de que o divino Menino nele possa repousar. Do número destes também nós queremos ser. Por isso, a fim de excitar-nos, desde o primeiro dia da Novena, a pagar com nosso amor o amor de Jesus Cristo, consideremos o amor que nos mostrou, incumbindo-se, desde o primeiro instante da sua conceição, de satisfazer por nós à divina justiça.

I. Considera como o Pai Eterno disse a Jesus Menino, no instante da sua Encarnação, estas palavras: Dedi te in lucem gentium, ut sis salus mea (2) — “Eu te estabeleci para luz das gentes, a fim de salvá-las”. Meu Filho, eu te dei ao mundo para luz e vida das nações, a fim de que lhes alcances a salvação, que eu estimo tanto como se fosse a minha própria. Mister é, pois, que te consumas todo inteiro, para o bem dos homens — Totus illi datus, totus in suos usus impenderis (3) . Mister é que desde o nascer sofras extrema pobreza, a fim de que o homem se faça rico. Mister é que sejas vendido como um escravo, para impetrares ao homem a sua liberdade; que, como um escravo, sejas açoitado e crucificado, a fim de pagares à minha justiça o que o homem lhe deve; mister é que dês o teu sangue e a tua vida, a fim de livrares o homem da morte eterna. Em uma palavra, sabe que não te pertences mais a ti mesmo, senão aos homens. Assim, meu dileto Filho, o homem render-se-á ao meu amor; será todo meu, vendo que eu lhe dei o meu Unigênito, sem reserva alguma, e que nada mais me resta para lhe dar”. Sic Deus dilexit mundum, ut Filium suum unigenitum daret (4) — “Tanto amou Deus o mundo, que lhe deu seu Unigênito”. Ó amor infinito, digno unicamente de um Deus infinito!

À semelhante proposta Jesus Menino não se entristece; antes, nela se compraz, aceita-a com amor e exulta: Exultavit ut gigas ad currendam viam (5) — “Deu passos como gigante para correr o caminho”. Desde o primeiro instante da sua Encarnação Jesus se dá todo ao homem e abraça com alegria todas as dores e ignomínias que na terra teria de sofrer por amor dos homens.

Pondera aqui que o Pai celestial, mandando seu Filho para ser nosso Redentor e medianeiro entre Deus e os homens, se obrigou, por assim dizer, a perdoar-nos e a amar-nos, visto que prometeu receber-nos em sua graça, contanto que o Filho satisfizesse por nós à justiça divina. Por outra parte, o Verbo divino, tendo aceitado a incumbência do Pai, que nô-Lo deu enviando-O para nossa redenção, obrigou-se também a amar-nos, não em vista de nossos merecimentos, mas para obedecer à vontade misericordiosa do Pai.

II. Meu amado Jesus, se é verdade, conforme reza a lei, que a doação faz adquirir o domínio, Vós sois meu, visto que vosso Pai Vos deu a mim; por mim é que nascestes, a mim é que fostes dado. Posso dizer, pois, com verdade: Iesus meus et omnia — “Meu Jesus e meu tudo”! Já que Vós sois meu, é meu também tudo quanto é vosso. Assim m’o garante o vosso Apóstolo : Quomodo non etiam cum illo omnia nobis donavit? (6) — “Como não nos deu também com Ele todas as coisas?” É meu o vosso sangue, são meus os vossos merecimentos, são minhas as vossas graças, é meu o vosso paraíso. Se sois meu, quem jamais poderá separar-me de Vos? Assim dizia jubiloso Santo Antão Abade. Assim também quero dizer para o futuro. Somente por culpa minha posso perder-Vos e separar-me de Vós. Mas, ó meu Jesus, se antigamente Vos deixei e perdi, agora pesa-me de toda a minha alma e estou resolvido a antes perder a vida e tudo, do que a perder-Vos, ó Bem infinito e único Amor da minha alma.

Graças Vos dou, Pai Eterno, por me haverdes dado vosso Filho; e porque m’o destes todo a mim, eu, criatura me dou todo a Vós. Por amor desse mesmo Filho, aceitai-me e prendei-me com laços de amor ao meu Redentor; mas prendei-me de tal maneira que eu também possa dizer: Quis me separabit a caritate Christi? (7) — “Quem me separará do amor de Cristo?” Que bem terrestre será ainda capaz de separar-me do meu Jesus? E Vós, meu Salvador, se sois todo meu, sabei que eu também sou todo vosso. Disponde de mim, e de tudo o que é meu, como quiserdes. Será possível que eu recuse alguma coisa a um Deus que não me recusou seu sangue e sua vida? Maria, minha Mãe, guardai-me debaixo da vossa proteção. Não quero mais ser meu, quero ser todo do meu Senhor.

Cuidai em fazer-me fiel; em vós confio.

Indulg. de 300 dias em cada dia da Novena: indulg. plenária no dia do Natal ou num dia da Oitava para os que a fizerem toda e cumprirem as obras prescritas da Confisssão e da Comunhão.
2. Is. 49, 6.
3. S. Bern.
4. Io. 3, 16.
5. Ps. 18, 6
6. Rom. 8, 32.
7. Rom. 8, 35.

Meditações: Para todos os Dias e Festas do Ano: Tomo I – Santo Afonso

Fonte: http://catolicosribeiraopreto.com

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Nota de www.rainhamaria.com.br

Diz na Sagrada Escritura:

"Eu asseguro: Quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna e não será condenado, mas já passou da morte para a vida". (São João 5, 24)

"Não há salvação em nenhum outro, pois, debaixo do céu não há nenhum outro nome dado aos homens pelo qual devamos ser salvos". (Atos dos Apóstolos 4, 12)

"Então levou-os para fora e perguntou: Senhores, que devo fazer para ser salvo? Eles responderam: Creia no Senhor Jesus, e serão salvos, você e os de sua casa". (Atos dos Apóstolos 16, 30-31)