Nuvens de tormenta sobre o Vaticano: Começou a batalha?

 

14.12.2016 -

n/d

Por Patrick Archbold – THE REMNANT – Adelante la Fe

Em uma semana, experimentamos dois grandes impactos, mas não estou seguro de qual foi maior. O primeiro, por suposto, foi a surpreendente derrota da candidata presidencial virulentamente anticristã (não há outra maneira de dizê-lo). A impressionante derrota de Hillary por Donald Trump deu a muitos cristãos um inesperado suspiro de alívio. Não é necessariamente porque tenham grande fé em Trump, ainda que alguns a tenham, mas retrocederam na beira do abismo que teria sido a vitória de Hillary.

Mas com minha mandíbula ainda doendo por cair contra o chão e o ar de meu longo suspiro de alívio ainda escapando de meus pulmões, me despertei uma manhã com uma surpresa maior. Quatro cardeais haviam enviado uma carta ao Papa pedindo-lhe que aclarasse a confusão deliberada de Amoris Laetitia.

n/d

Nesta petição de claridade, os cardeais levantaram cinco perguntas ao Papa sobre a interpretação e os resultados desse terrível documento. Ao fazê-lo, os quatro cardeais colocaram o Papa em uma disjuntiva. Responder as perguntas com honestidade ao seu modo e o Papa se declara herege. Responder-lhes pelo constante ensinamento da Igreja e desfazer todo o caos construtivo causado pelo documento. Bom, o Papa decidiu que não faria nenhuma coisa nem outra e simplesmente as ignorou.

Ao não receber nenhuma resposta do Papa, os quatro cardeais fizeram pública a carta de quase oito semanas. Passo dois de um processo de dos mil anos definido em Mateus 18.

“Mas se teu irmão peca [contra ti], repreende-o entre ti e ele só; Se te escuta, terás ganho a tu irmão.

Se não te escuta, toma ainda contigo um homem ou dois: para que pela boca de duas testemunhas ou três conste toda palavra.

Se a eles não escuta, dize-o à igreja. E se não escuta tampouco à igreja, seja para ti como um pagão e um publicano”.

Ademais, o cardeal Burke, sendo alguém não propenso à bravata pública ou às ameaças grandiosas deu seguimento à liberação da carta dando uma entrevista na qual ele disse que se a carta segue sendo ignorada, o Papa obriga os cardeais fiéis a emitir uma correção formal do Papa.

Aqui é onde as coisas realmente começam a pôr-se interessantes. De nenhuma maneira sou um experto no processo canônico de vários passos para que um conselho declare um Papa como um herege e portanto destitui-lo, mas sei que isto se parece muito a isso. Não me mal interpretem, não tenho nenhuma expectativa de que o processo iniciado por estes quatro valentes cardeais conduza ali, mas coloca algumas perguntas interessantes sobre o que sucede depois.

Suspeito que a possibilidade de que o Papa responda aos cardeais se aproxima a zero. Como se mencionou anteriormente, ele e seu projeto de reforma estão condenados de qualquer maneira se ele responde. O que espero agora é um ataque completo aos quatro cardeais por cada capacho adulador de Francisco. “São só quatro cardeais. São precisamente os odiadores rígidos da misericórdia sobre os que o Papa nos há estado advertindo”. Isto também põe em contexto alguns dos textos do Papa ultimamente, não? Mas esse será o estribilho, são só quatro cardeais rígidos que não podem deixar passar o passado.

E adivinha o que? Se são só quatro cardeais outra vez, isso é precisamente o que vai passar. Eles serão ignorados. Assim que aqui está uma possibilidade interessante. Só estes 4 cardeais assinaram as perguntas ao Papa porque já são bem conhecidos por sua obstinada adesão à fé católica, e para proteger a esses fiéis cardeais e bispos destes ataques até que o momento seja adequado. Mas que passa se a carta é ignorada e a correção vem como se prometeu e tem as assinaturas de 25 cardeais e 100 bispos? Não creio que nem este Papa nem seus comparsas pudessem ignorar tão grande espetáculo do bom catolicismo antiquado.

Então, imaginem a situação à que se enfrentaria o Papa. Retirar suas assertivas heréticas e interpretações de AL e desfazer toda sua obra e seu legado? Ou cair sobre sua espada para proteger o terrível progresso que crê haver feito e renunciar ao papado em lugar de enfrentar-se à censura, confiado em que tenha suficientes leais para eleger o Papa Francisco II como seu sucessor? Que é mais importante para o Papa, seu papado ou seu legado?

Portanto, isto me leva de novo à minha pergunta predominante na análise de tudo isto. Começou a batalha? Acabamos de presenciar a saraivada de abertura da batalha para recuperar a Igreja? Seria certamente agradável pensar que sim, mas não estou pondo minhas esperanças acima ainda. Em minha mente, tudo depende de quantos cardeais e bispos estejam dispostos a pôr seus nomes à correção formal. Então e só então saberemos o que resta da hierarquia da Igreja católica, se há generais ainda além dos quatro. Sigo sendo cético. Mas tantas outras coisas estão sucedendo agora que pensei que não pudessem suceder que, contrário a meu melhor juízo, tenho esperança. A esperança é uma coisa perigosa.

Por Patrick Archbold - Tradução Frei Zaqueu

Fonte: www.sensusfidei.com.br

============================

Nota de www.rainhamaria.com.br

Declarou o Arcebispo francês Marcel Lefebvre:

"Não será dever de um católico julgar entre a fé que lhe ensinam hoje e a que foi ensinada durante vinte séculos de tradição da Igreja? Ora, eu acredito sinceramente que estamos tratando com uma falsificação da Igreja, e não com a Igreja católica. Por quê? Porque eles não ensinam mais a fé católica. Não defendem mais a fé católica. Eles arrastam a Igreja para algo diferente da Igreja Católica. A verdade e o erro não estão em pé de igualdade. Isso seria colocar Deus e o diabo em pé de igualdade, visto que o diabo é o pai da mentira, o pai do erro. Como poderíamos nós, por obediência servil e cega, fazer o jogo desses cismáticos que nos pedem colaboração para seus empreendimentos de destruição da Igreja? Se acontecesse do papa não fosse mais o servo da verdade, ele não seria mais papa. Não poderíamos seguir alguém que nos arrastasse ao erro. Isto é evidente. Não sou eu quem julga o Santo Padre, é a Tradição. Para que o Papa represente a Igreja e seja dela a imagem, é preciso que esteja unido a ela tanto no espaço como no tempo já que a Igreja é uma Tradição viva na sua essênciaNa medida em que o Papa se afastar dessa Tradição estará se tornando cismático, terá rompido com a IgrejaEis porque estamos prontos e submissos para aceitar tudo o que for conforme à nossa fé católica, tal como foi ensinada durante dois mil anos mas recusamos tudo o que lhe é contrário.  E é por isso que não estamos no cisma, somos os continuadores da Igreja católica. São aqueles que fazem as novidades que estão no cisma.  Estou com vinte séculos de Igreja, e estou com todos os Santos do Céu!”

Declarou o Papa São Félix III: "Não se opor a um erro é aprová-lo. Não defender a verdade é suprimi-la".