Ecuminismo em vigor Cristãos e muçulmanos rezam juntos na Praça São Pedro pela paz na Síria.

 

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Muçulmanos e cristãos juntos rezando na Praça São Pedro. Cada um com as palavras da própria religião. Para muitos, trata-se do “milagre” que nasceu da convocação ecumênica do Papa Francisco da vigília de jejum e oração pela paz: quatro horas para além das fronteiras da fé pela paz na Síria. Na Praça São Pedro, desde as primeiras horas da tarde, reuniram-se 100.000 pessoas para acolher o convite do Pontífice.

Um clima de recolhimento, quase surrealista, com a presença de sírios e muçulmanos na praça. Alguns deles recitaram o Corão enquanto se elevava o Ave-Maria dos católicos. Uma fusão de fé e de orações sob o sinal da paz. Egípcios, líbios, sírios, palestinos e iraquianos misturados na praça com africanos, europeus e latino-americanos.

Mas o vento da divisão também chegou à praça entre os sírios, apesar da sua adesão à vigília. O grupo que apóia ideologicamente os rebeldes se situou do lado contrário em relação ao grupo que se autodefine “pelo povo sírio”. Para todos os outros, foi somente um momento de paz.

“Hoje jejuamos – explicou Ismael, envolto em uma bandeira da Síria. Estamos aqui porque Francisco demonstrou compreensão para com o nosso povo”. Um “evento sem precedentes” inclusive para muitos católicos, que comentaram: “Uma espécie de milagre do Papa Francisco”. Para todos, a esperança é a da Minas, síria que usava a burca e se encontra em Roma em lua de mel. Foi à Praça São Pedro com o marido: “Só espero – disse – que quando voltarmos a Damasco já não encontremos mais casas destruídas pelas bombas”.