Apesar de chuva, nível de água do Sistema Cantareira em SP segue em queda

 

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Apesar da forte chuva que atingiu várias regiões de São Paulo, na sexta-feira (14), o nível do Sistema Cantareira continua a registrar queda. O índice estava em 18,7% na sexta passou para 18,6% neste sábado (15), de acordo com a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp).

O Centro de Gerenciamento de Emergências (CGE) informou que a chuva atingiu a região da bacia hidrográfica, mas em quantidade insuficiente para alterar o volume de água. Parte da cidade de São Paulo ficou em estado de atenção por causa da chuva desta sexta. Segundo o Centro de Gerenciamento de Emergências (CGE), órgão ligado à Prefeitura, as Zonas Norte, Oeste e Centro, além das marginais Tietê e Pinheiros entraram em atenção às 21h10. Às 22h05, foi a vez das zonas Sul e Sudeste serem colocadas em atenção por causa das pancadas de chuva. Às 23h25, as chuvas perderam força e todas as regiões retornaram para o estado de observação.  .

A Agência Nacional de Águas (Ana) e o Departamento de Águas Energia Elétrica (DAEE) criaram um grupo técnico para assessorar a gestão do Sistema Cantareira (GTAG-Cantareira) no atual período de crise de escassez de chuvas. O grupo poderá recomendar medidas de restrição ou suspensão de usos da água.

O sistema

Formado por quatro represas, o Sistema Cantareira é responsável por abastecer casas de mais de 8 milhões de moradores da Zona Norte, do Centro, de pequena parte da Zona Leste e de 11 municípios da Região Metropolitana de São Paulo (Franco da Rocha, Francisco Morato, Caieiras, Osasco, Carapicuíba, Santana de Parnaíba, São Caetano do Sul e parte das cidades de Guarulhos, Barueri, Taboão da Serra e Santo André).

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A Sabesp classificou o cenário como "preocupante" e anunciou no dia 1° um desconto de 30% para quem economizar água. Para quem quiser participar, a informação sobre o sistema que abastece a residência está disponível na conta de água.

"Nos demais [sistemas], mantém a tarifa normal, porque choveu na média e os sistemas se recompuseram", disse a presidente da Sabesp, Dilma Pena, em entrevista coletiva. "Vamos ter um impacto no faturamento que ainda não mensuramos. E faremos a gestão disso."

O desconto será válido de fevereiro a setembro, exceto para Santana de Parnaíba, onde a política vai de março a setembro, "por uma questão específica do sistema", segundo Dilma.

A presidente da Sabesp também afastou a possibilidade de racionamento. "Não estamos pensando em racionamento. Ele não está no nosso radar", disse. Segundo ela, o desconto deve vir já na próxima conta de água recebida pelos consumidores.

A estratégia é similar à usada em 2004, quando já houve desconto na conta para quem economizou água. Desta vez, no entanto, o consumidor pode ter um abatimento ainda maior. Quem diminuir o consumo em cerca de 20% terá 30% de desconto na fatura.

"Como tivemos um índice pluviométrico baixíssimo em janeiro, a Sabesp está adotando um incentivo econômico para que a população poupe água. O consumidor que reduzir 20% de seu consumo, tendo como referência a média dos últimos 12 meses, terá uma redução na tarifa de 30%. Isso tem um impacto significativo na conta de água. Como ele reduz o volume, e a estrutura tarifária é por faixa de consumo, então ele tem uma redução real ainda maior", afirmou a presidente da Sabesp.

Dilma explicou que a média de consumo diário é de 161 litros por habitante na região metropolitana de São Paulo. A campanha pede que esse valor seja reduzido para 128 litros, ou cerca de 20%.

"É um incentivo econômico para que, nessa situação crítica, a população faça a adesão. Temos certeza que a população vai aderir e acatar o chamamento. Não dá para encher a piscina e tomar um banho de 30 minutos. Mas dá para fazer todas as atividades", ressaltou.

A presidente da companhia explicou que o desconto real na conta dos consumidores que aderirem à economia pode ser ainda maior que os 30%, já que ele será aplicado sobre o valor já menor. "Com a redução, passa a haver uma tarifa de 30,9%. Mas, por mudar de faixa, a redução real será de 48%."

Fonte: G1