Argentina: Primeiro batizado para filha de um casal gay, na Catedral da Córdoba


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E o par gay será crismado no mesmo dia.

Por Andrés Bertramo Álvarez | Tradução: Fratres in Unum.com – Ela se chama “Umma Azul” e é a filha de uma dupla composta por duas mulheres. No próximo sábado, 5 de abril, será batizada na Catedral da Córdoba, cidade no centro da Argentina. Segundo a imprensa local da Argentina, sua mãe e sua parceira, Soledade Ottiz e Karina Villarroel, receberão a crisma nesse mesmo dia, antes do primeiro sacramento da pequena, celebrado pelo pároco Carlos Varas.

Na catedral, os batismos são celebrados aos domingos, porém, este será independente, por instruções do bispo Carlos Ñáñes, que também deu indicações particulares a respeito do ato batismal: “Tive uma audiência com o bispo e ele me confirmou que na catedral não haveria nenhum problema”, disse Karina. O clérigo também fez recomendações a respeito dos padrinhos, um amigo da família e duas madrinhas. Uma delas será a presidente argentina Cristina Kirchner.

O caso das mulheres está envolto em polêmica, especialmente porque Karina Villarroel, que não foi a mãe gestante, pretende que a Polícia da província, onde trabalha, lhe conceda uma licença maternidade de quatro meses.

Elas se uniram há pouco mais de um ano graças à lei do “matrimônio igualitário”. Foi o primeiro matrimônio feito no território de Córdoba. “Se Bergoglio não tivesse sido eleito papa, teria sido mais complicado o batismo”, reconheceram fontes eclesiásticas.

Já como arcebispo de Buenos Aires, o atual pontífice determinou que nenhuma criança fosse proibida de receber o primeiro sacramento, sem importar a situação de seus país. Essa solicitude foi produto de uma reflexão teológica profunda, explicou ao Vatican Insider o sacerdote Javier Klainer, responsável pela pastoral da juventude em tempos de Bergoglio e colaborador próximo dele, como integrante do Conselho Presbiteral.

“Se a pessoa vem pedir o batismo, não existe uma moção do espírito? É o que chamamos em teologia de graça atual que moveu seu coração. Assim como o etíope nos Atos dos Apóstolos quando caminhando disse: ‘há água aqui, o que impede que me batize?’”, explicou.

“Se um pai pede o batismo para seu filho, o que fazemos? Não lhe damos? Francisco disse que nós somos ministros, não administradores no sentido burocrático. Em minha paróquia qualquer dia se pode batizar, em qualquer missa. É uma loucura não realizá-lo. Depois não venham criticar que as pessoas não se batizam, porque isso também é uma contradição”, assinalou.

Ele assegurou que o Arcebispo Bergoglio “se sentia muito mal” e se enojava quando sabia que em alguma paróquia não batizavam uma criança por alguma razão. No caso das mães solteiras, somente dizia: “Achou melhor ter o filho, não abortá-lo, e nós não o batizamos. Em uma cultura que promove imediatamente o aborto, uma mãe que disse ‘não’ ao aborto e que quer batizar o filho, não consegue”.

Fonte: http://fratresinunum.com/