Sob Pressão dos EUA e da ONU, Lei contra Homossexualidade de Uganda Colocada de Lado por Ora

Austin Ruse

NOVA IORQUE, EUA, 8 de agosto (C-FAM) O tribunal constitucional de Uganda decidiu que as leis contra certas atividades homossexuais predatórias é inconstitucional, finalizando, ainda que por curto tempo, o conflito internacional que essas leis provocaram nos Estados Unidos e outras nações industrializadas.

A lei foi derrubada em bases procedimentais, o tribunal decidindo que a lei foi sancionada sem o número exigido de legisladores presentes quando foi aprovada. O tribunal constitucional não é o tribunal mais elevado de Uganda e o procurador geral já está falando sobre recorrer da decisão para o Supremo Tribunal de Uganda. O Parlamento de Uganda poderia também sancionar novamente a lei com o número exigido de parlamentares presentes.

A lei pedia sentenças longas de prisão por, entre outras coisas, infectar deliberadamente outra pessoa com o vírus da AIDS e o estupro de um menor de idade. Os comentaristas do Ocidente espalharam o boato de que os gays estavam sendo presos simplesmente por “serem gays.”

A pressão internacional contra Uganda por causa dessa lei tem sido intensa. Os países que fazem doações, inclusive os Estados Unidos, haviam recentemente congelado 120 milhões de dólares em assistência para a Uganda carente de dinheiro em protesto contra a lei, isso muito embora Uganda seja um dos países mais pobres do mundo e seja também um dos principais aliados militares dos Estados Unidos na região contra os terroristas islâmicos no Sudão, Sul da Somália e República Centro-Africana.

Muitos criticam que o governo de Obama fez a questão LGBT um dos principais itens da agenda da política externa dos EUA, ainda que o mundo pareça estar se desfazendo com a crise na Ucrânia, Síria, Iraque, Israel e outros lugares. O governo de Obama, acusado de vacilar em todas essas áreas de crise, repetiu a política LGBT nesta semana enquanto líderes africanos se reuniam em Washington DC para a maior reunião desse tipo na história.

Os críticos apontam que numa época em que os cristãos do mundo inteiro estão sendo caçados, torturados e mortos, o governo de Obama parece não se preocupar, aliás mal menciona essa questão. Isso de forma particular está incomodando os cristãos, pois eles são 77% da população adulta dos EUA enquanto os gays são apenas 1,6%, de acordo com estatísticas recentes publicadas pelo Centro de Controle de Doenças. Isso seria 187.000.000 cristãos cujos irmãos religiosos estão sendo mortos por terroristas, enquanto os gays contam apenas 3,8 milhões, metade dos metodistas, uma das menores denominações dos EUA.

O presidente de Uganda disse que uma das razões por que ele sancionou a lei foi por causa da pressão intensa dos países ricos contra Uganda.  Até a revista Foreign Policy cobriu essa questão meses atrás, citando não apenas o presidente Obama, mas especialistas de canais de televisão esquerdistas como Rachel Madow na MSNBC. O presidente de Uganda e outros viram isso como uma nova forma de colonialismo, nesse caso colonialismo sexual; o rico Ocidente tentando impor uma nova moralidade que os ugandenses acham ofensiva. Uganda tem uma longa história de resistir às iniciativas gays. Aliás, a Igreja Católica no mundo inteiro celebra um dia de festa para Charles Lwanga e seus companheiros, jovens africanos que resistiram aos assédios homossexuais do rei e foram martirizados por sua resistência.

Os ugandenses também insistem em que a lei foi deliberadamente interpretada mal por comentaristas ocidentais que muitas vezes dizem que ela torna ilegal o simples fato de alguém “ser gay.” A realidade é que todas as cláusulas da lei têm a ver com ações e não com “ser.” Com base nesse argumento, a Suécia recentemente voltou a fazer doações para Uganda.

Tradução: Julio Severo

Fonte: Friday Fax