Maio deve ser mês de seca recorde no Cantareira SP

 

20.05.2014 -

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O volume de água que chega diariamente aos quatro principais reservatórios que compõem o Sistema Cantareira continua muito abaixo da média mensal e deve fazer de maio o mês mais seco da história do manancial. Dados do comitê anticrise que monitora a estiagem mostram que a vazão afluente às represas é de 6,1 mil litros por segundo neste mês, apenas 18% da média para o período, que é de 34,2 mil litros por segundo.

O índice é inferior à vazão registrada em fevereiro, de 8,5 mil litros por segundo: até agora, o mês mais seco desde o início das medições, em 1930. Neste mês, contudo, a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo tem retirado cerca de 21,2 mil litros por segundo do Cantareira para abastecer a Grande São Paulo. Somado aos 3 mil litros liberados para Campinas, o déficit no mês deve ficar em 18,2 mil litros por segundo.

O nível do reservatório do Sistema Cantareira chegou aos 26,2% de sua capacidade nesta terça-feira (20), segundo informações da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo). Na segunda-feira (19), o volume era de 26,3%. De acordo com o Inmet (Instituto Nacional de Metereologia), não há previsão de chuvas para a região em que a água está armazenada.

Represa do Sistema Cantareira tem lixo às margens do volume morto.

Com a diminuição do volume de água nas represas que integram o Sistema Cantareira, ficaram visíveis objetos que antes estavam no fundo dos reservatórios. O Ministério Público do Estado de São Paulo está preocupado que a sujeira possa ser ainda maior. O uso do chamado volume morto do Cantareira fez com que o Gaema (Grupo de Atuação Especial de Defesa do Meio Ambiente) abrisse uma investigação para saber sobre a qualidade dessa água.

Falta água até para o racionamento em Itu-SP

A ausência de chuvas já causa falta de água até para o racionamento, em Itu, região de Sorocaba (SP). Com a queda no nível do reservatório do Itaim para apenas 6% da capacidade, a concessionária Águas de Itu decidiu nesta segunda-feira (19) alternar o fornecimento de água para os 37 bairros abastecidos por esse sistema, que já estão sob racionamento desde o dia 5 de fevereiro.

Os moradores, que vinham recebendo água apenas das 18h às 4h, agora recebem nesse mesmo horário, mas dia sim, dia não.

A empresa alegou o risco da falta total de água em razão da estiagem. Outros cinco reservatórios também estão muito baixos. Não chove há quase dois meses de forma significativa no município. Na tarde de ontem, as nuvens se concentraram na região, mas a chuva se resumiu a pancadas esparsas, insuficientes para molhar o solo.

Para complicar, o frio esperado não veio e, após a queda no início do racionamento, o consumo vem crescendo 3% ao mês. A frota de caminhões-pipa da cidade foi ampliada em seis vezes para atender unidades de serviço público e de uso coletivo, como escolas, creches, postos de saúde e centros comerciais.

Fonte: R7