Pedro II - Sei que não preciso pensar no que irei escrever! Não tenho capacidade, a não ser só o Senhor para me orientar, porque todos nós dependemos do Espírito Santo, principalmente um semi-analfabeto como sou!
A virtude de um poeta para fazer ou escrevendo uma canção, não é só a mente que pode se inspirar, quando se tem pouco estudo. Pelo modo de compor, sendo um admirador de toda a natureza e crendo em Mim, já é o suficiente para fazer uma linda canção do Meu agrado, como tu, Meu filho, fazes, e teus filhos. Em todas as canções, sou Eu que vos ajudo, como aquela letra do ABC de Deus. A inspiração fui Eu que te dei, por Me pedires que te ajudasse. É assim que Eu sou: Poeta e Criador de todas as coisas.
Criar, existe um só, que sou Eu, o Pai de toda a natureza. Por Mim é que tudo foi feito, e por Mim será tudo novamente transformado, no dia do Juízo Final. Nenhum de vós, Meus queridos filhos, vai ter mais problema de envelhecer. Tudo será novo como criei. A terra será nova novamente; as florestas; as cachoeiras com águas limpas; os frutos suculentos.
- Senhor! E o restante?
- Aí já são mistérios só Meus!
- É que me admiro: como é que, quem já morreu há tantos anos, vai poder se levantar da terra, se não existem mais nem os ossos?
- Para vós é impossível, mas para Mim não; tudo é possível. Por exemplo: quando criei Adão, o primeiro homem, ele não tinha ossos nem o corpo, mas do barro fiz tudo, e depois soprei nas suas narinas, e pronto: um espírito novo foi feito (Cfr. Gen 2,7). E é o que vou fazer antes da Minha vinda gloriosa.
Sabe, Meu filho Pedro II: até hoje ninguém tinha Me feito esta pergunta, mas já está escrito que nenhum fio de cabelo de vossa cabeça será perdido (Cfr Lc 12,7).
- Meu Deus, que mistério tão grande é esse!
- Meu filho! É bom que nem penses nisso, para não confundir a cabeça, como na passagem de Santo Agostinho, que Me viu pondo a água do mar num buraquinho, pensando como o mar iria entrar nele.
Entendes, Meu filho! É bom que sejas obediente a Mim, mas os Meus segredos só cabem a Mim. Até este suspiro que acabas de dar, sou Eu dentro de ti, em teu coração. Vê como Eu sou! Quando o vento bate em teu corpo suavemente, Eu sou, para te refrescar. Quando os teus olhos abrem e fecham, Eu sou que faço funcionar tudo perfeito.
- Mas, Senhor, com um olho enxergo bem, mas, com o outro, pouca coisa vejo.
- Por acaso achas que isto é defeito? Então os cegos como ficam?
- É, Senhor! É que a gente nunca está contente pelo que tem. Talvez é nisto que a gente peca.
- Se fosse pecado Eu não teria dado de volta a visão àquele cego, que Me pediu que abrisse a sua vista. E ele disse: “Só isto me basta, Senhor!” E foi por estas palavras que Me compadeci, e ele voltou a enxergar. E assim serão todos, com os seus olhos perfeitíssimos, que é a luz do vosso corpo celestial, e que não está longe.
Obrigado, meu Deus e meu Pai, muito obrigado!
Amém!